Folha de S. Paulo


Arcebispo de SP diz que manifestações não são contra a Jornada

O cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, disse nesta quinta-feira (18) que as recentes manifestações ocorridas no Brasil, às vésperas da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), não são contra o evento católico, mas não descartou a possibilidade de acontecerem protestos contra a igreja.

"No momento, as manifestações não são contra a igreja. Estão dentro do conjunto de manifestações que já estão vindo, aproveitando esse momento de grande visibilidade, para apresentar as suas demandas. Que possa haver alguma manifestação contra a igreja é possível, é possível", disse, após participar de um café da manhã oferecido pleo governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) a jovens estrangeiros participantes da Semana Missionária, evento preparatório para a JMJ que está sendo realizado até sábado na capital paulista.

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O arcebispo afirmou que não cabe à igreja se preocupar com as manifestações. "Eu não temo [protestos]. De que adianta temer? Se forem acontecer, vão acontecer. Quem deve tomar conta vai tomar conta e cada um é livre para se manifestar", declarou.

O governador Alckmin disse não acreditar na realização de protestos. "Será um grande encontro para fortalecer a fé, de vida espiritual, de valores cristãos. Esse é o objetivo. A mensagem que vem desse encontro é a mensagem da fraternidade, da vida comunitária, da participação", declarou.

Católico, Alckmin definiu o papa Francisco, que visitará o Santuário Nacional, em Aparecida (SP), na próxima quarta-feira, como "o papa da humildade, da simplicidade, que fala ao coração das pessoas".

ROMARIA

Cerca de 120 peregrinos de 60 países foram convidados para o café da manhã no Palácio dos Bandeirantes. Alguns deles não sabiam de que se tratava o evento.

"Ainda não sei por que estamos aqui", disse o jamaicano Derrick Foster, diácono da paróquia Saints Peter and Paul, de Kingston. Ele havia desembarcado em São Paulo na noite anterior, com um grupo de 45 jovens e dois padres de seu país.

Marcado para 9h, o início do ato atrasou meia hora para que dom Odilo pudesse chegar ao palácio. "Fiquei preso no trânsito. Isso faz parte do nosso dia a dia em São Paulo", disse ele em seu discurso.

O cardeal ficou no palco ao lado de Alckmin, da primeira-dama, Lu Alckmin, e do arcebispo de Madri, dom Antonio María Rouco Varela. Um painel exibia uma foto da Catderal da Sé com a inscrição "Acolhida do governador aos jovens peregrinos da JMJ Rio 2013".

Outras lideranças, como o bispo dom Fernando Figueiredo, da Diocese de Santo Amaro, dom Nelson Westrupp, de Santo André, e Darci Nicioli, de Aparecida, ocuparam cadeiras laterais. Os secretários Edson Aparecido (Casa Civil), Julio Semeghini (Planejamento) e Eloisa Arruda (Justiça) também foram ao evento.

Editoria de Arte/Folhapress

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