Folha de S. Paulo


Jovens argentinos preparam invasão ao Brasil para apoiar papa na Jornada Mundial

"É uma longa viagem, mas vale a pena. É um homem santo, e é argentino. Nós, jovens argentinos, temos, mais do que os outros, a responsabilidade de apoiá-lo", diz Pablo Gimenez, 19, de Resistencia, capital da província do Chaco (norte da Argentina). Com um grupo de 8 amigos, se juntará a um comboio que partirá na sexta-feira, desde Santa Fe, tendo como destino final o Rio de Janeiro.

Gimenez é um dos 42,5 mil jovens que viajarão de vários pontos da Argentina até a capital fluminense para ver e aplaudir o papa Francisco.

Para alguns, como os que saem da cidade patagônica de Comodoro Rivadavia, capital da província de Chubut, serão mais de 70 horas de estrada. Aos que deixam Ushuaia, no extremo sul do país, são mais de 5.000 quilômetros a serem enfrentados. Mas os jovens não reclamam da longa jornada, ela será animada por missas, cantorias e encenações de cenas religiosas que ocorrerão dentro dos ônibus. De Buenos Aires, sairão cerca de 2.000 jovens, após uma missa na Catedral metropolitana, na sexta à noite.

Os custos também não são baixos, pelo menos para jovens de classe média baixa, que compõem a maior parte do grupo. Eles gastarão entre 2.500 a 4.000 pesos para custear as passagens e a estadia. O alojamento será em casas de famílias, igrejas e ginásios.

O arcebispado de Buenos Aires dará ajuda financeira a 900 jovens para que façam a viagem. Logo depois de anunciado o subsídio, a sede da entidade passou a receber mais de 10 e-mails por hora, até que fossem selecionados os escolhidos.

Para ajudar a orientar os jovens argentinos, o consulado no Rio de Janeiro fará um plantão extra e terá representantes da Pastoral da Juventude argentina para atender os viajantes.

Os jovens dos bairros pobres de Buenos Aires e das "villas miséria" (favelas) de todo o "conurbano" (periferia) têm dado o tom das manifestações de apoio a Francisco desde que assumiu como líder da Igreja. Quando jovem, o então padre Bergoglio fez fama ao atuar junto aos "curas villeros" (padres que atuam em favelas). Em algumas favelas, como a Villa 21, a admiração pelo pontífice faz com que muitos tenham sua foto na parede, mesmo antes de se transformar em papa.

Editoria de Arte/Folhapress

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