Folha de S. Paulo


Petistas negam disputa de egos, mas mantêm briga por reforma política

Apesar do desgaste provocado pela disputa da coordenação da reforma política na Câmara, os deputados petistas Cândido Vaccarezza (SP) e Henrique Fontana (RS) deram sinais nesta quinta-feira (11) de que não pretendem recuar. A decisão deve ficar para o comando do PT.

Nos corredores do Congresso, o caso virou motivo de piada entre os parlamentares que chegaram a classificar o caso como briga de egos ou briga de moleques. Vaccarezza nega que seja uma disputa de vaidade. "Eu não tenho ego em disputa. Não sou candidato, fui convidado apenas e cumprirei a tarefa", disse.

Vaccarezza vai conversar amanhã, em São Paulo, com o presidente do PT, Rui Falcão. Ele disse que vai respeitar a decisão que for tomada. "Eu vou apoiar, não criarei constrangimentos".

Fontana, que deu concedeu longas entrevistas nas últimas semanas sobre a reforma política, evitou alimentar a polêmica, mas insisti no controle do grupo. "Na hora que esse tema ganha maior possibilidade de ser votado eu ser retirado dessa discussão não é justo. Eu não vou abrir mão". E completou: "Essa demanda do Vaccarezza eu não sei de onde nasceu".

Vaccarezza foi convidado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para coordenar o grupo que foi criado em resposta ao sepultamento do plebiscito sobre reforma política com validade para as eleições de 2014, como sugeriu o Executivo ao Congresso.

Alan Marques-8.mar.2012/Folhapress
Líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza, vai conversar com o presidente do PT, Rui Falcão, sobre reforma política
Líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, vai conversar com o presidente do PT, Rui Falcão, sobre reforma política

Fontana --que comandou outro projeto de reforma política que não conseguiu avançar na Casa --foi indicado pela bancada do PT para compor o grupo.

Segundo petistas, Fontana teria informado que, se Vaccarezza fosse o coordenador, entregaria a vaga. Diante do mal-estar, Eduardo Alves procurou o líder do PT, José Guimarães (CE), e informou que a legenda teria direito a uma vaga apenas.

Eduardo Alves deu prazo até terça-feira (16) para que o PT resolva o impasse. O grupo de trabalho terá 90 dias para propor uma reforma política. A comissão será formada por 13 parlamentares.

Além da vaga do PT estavam previstos: Marcelo Castro (PMDB-PI), Marcus Pestana (PSDB-MG), Guilherme Campos (PSD-SP), Esperidião Amin (PP-SC), Luciano Castro (PR-RR), Rodrigo Maia (DEM-RJ), Júlio Delgado (PSB-MG), Miro Teixeira (PDT-RJ), Antonio Brito (PTB-BA), Leonardo Cadelha (PSC-PB), Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), e Sandro Alex (PPS-PR).

Eles terão que discutir temas como fim do voto secreto no Congresso, fim das coligações partidárias e fim da reeleição. Segundo o presidente da Casa, não haverá uma reforma política fatiada.


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