Folha de S. Paulo


PT convoca militantes a 'assumir definitivamente' participação em protestos

O comando nacional do PT conclamou nesta quinta-feira (4), em documento, a militância petista "a assumir decididamente a participação das manifestações de rua em todo o país, em particular no dia nacional de luta com greves e mobilizações", programada pelas centrais sindicais para a próxima quinta-feira.

"Todo apoio ao dia nacional de luta com greves e mobilizações", diz o documento distribuído ontem pelo presidente do PT, Rui Falcão, após dez horas de uma reunião marcada por críticas ao distanciamento do governo Dilma com os movimentos sociais.

A conclamação foi realizada depois de o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vagner Freitas, antecipar à cúpula petista a programação e a pauta do movimento. E depois de petistas reclamarem da falta de diálogo do governo com partido e sociedade civil.

"Nós estamos no gabinete. Mas somos de rua", disse o vice-presidente do partido, Alberto Cantalice (RJ), alegando existir uma coincidência entre a agenda sindicalista e a do partido.

O PT incluiu entre suas propostas a insistência por uma constituinte exclusiva para a reforma política, mesmo que dependa de coleta de assinaturas. A resolução do partido "saúda" ainda o que chama de caráter progressista do movimentos.

Pedro Ladeira-4.jul.13/Folhapress
O presidente do PT, Rui Falcão, dá entrevista após reunião
O presidente do PT, Rui Falcão, dá entrevista após reunião

Apesar da intensa resistência interna, o partido decidiu apoiar publicamente a realização de um plebiscito sobre reforma política "num prazo mais curto possível".

Na reunião, petistas apontaram para o risco de perda de controle do questionário do plebiscito. Segundo participantes, o senador Welington Dias (PI) chegou a alegar que não é possível saber o que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), incluiria entre as perguntas.

Ainda assim, venceu o argumento de que o partido tem o dever de sustentar a presidente Dilma Rousseff num momento tão delicado.

"Podemos fazer isso [lutar pelo plebiscito] e não acontecer. Nossa obrigação é mostrar a população que estamos solidários com ela", disse Falcão.

Além do apoio ao plebiscito imediato, o PT anunciou uma série de reuniões com entidades, como a CNBB, e. a reconstituição do Fórum Nacional de Lutas.


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