Folha de S. Paulo


Plebiscito não pode atender apenas ao PT, afirma cúpula do PSB

A cúpula do PSB defendeu nesta segunda-feira (1º), no Recife, que o plebiscito que a presidente Dilma Rousseff quer convocar como resposta às manifestações de rua pelo país não se restrinja aos "interesses do PT" e não seja definido "de afogadilho".

"Os políticos não podem definir sozinhos as perguntas nem fazer plebiscito de afogadilho", afirmou o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS). "A gente acha que um plebiscito pode conter mais coisas do que aquilo que, digamos, interessa ao PT, que é financiamento público [de campanha] e [voto em] lista fechada. Tem gente nesse plebiscito querendo fazer sua reforma", disse.

PSB, de Eduardo Campos, propõe fim da reeleição e mandato de 5 anos

Albuquerque também defendeu que a consulta se estenda a temas de outros poderes, como o Judiciário.

"Se o Judiciário só julga 34% dos processos de improbidade, temos que rever coisas lá também", disse o líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS).

Da reunião extraordinária, os socialistas saíram defendendo o uso da internet para que a população diga a que perguntas quer responder no plebiscito que o governo federal pretende convocar.

O partido integra a base aliada, mas membros do PSB --inclusive o presidente da legenda, governador Eduardo Campos (PE)-- não têm economizado críticas à administração petista. Campos é cotado para adversário de Dilma na próxima eleição presidencial.

O encontro contou com os principais líderes do PSB.

Além de Campos e Albuquerque, participaram os governadores Renato Casagrande (ES), Ricardo Coutinho (PB), Wilson Martins (PI) e Camilo Capiberibe (AP), o ex-governador do Ceará Ciro Gomes a deputada Luiza Erundina (SP) e o senador Rodrigo Rollemberg (RJ).

A Executiva Nacional pessebista também afinou o discurso pelo fim do voto secreto e pela ampliação da Lei da Ficha Limpa a todos os níveis do serviço público.

Prefeitos, governadores e legisladores do PSB ainda foram orientados a adotar ferramentas digitais de interação com a sociedade, já que a articulação nacional que levou milhares de pessoas às ruas foi feita em grande parte pelas redes sociais.

Na semana passada, em reunião com Dilma Rousseff, Albuquerque já havia dito que o partido é favorável à realização de plebiscito para discutir questões como a unificação das eleições.

A sigla também defende a realização de pleitos a cada cinco anos sem a possibilidade de reeleição para os cargos do Executivo.

DATAFOLHA

O partido disse considerar "expressivo" o índice de 7% de intenção de voto registrado por Campos na última pesquisa Datafolha

Albuquerque afirmou que o percentual reflete o fato de Eduardo Campos ainda ser pouco conhecido no país.

"O que torna político conhecido é campanha", disse.


Endereço da página:

Links no texto: