Folha de S. Paulo


Câmara não pensou em aceitar constituinte para reforma política, diz Alves

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), evitou criticar a presidente Dilma Rousseff, mas afirmou nesta terça-feira (25) que "em momento algum essa Casa pensou em aceitar" a proposta de fazer uma constituinte específica para a reforma política.

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A ideia foi lançada ontem pela presidente em reunião com governadores e prefeitos para tentar dar respostas aos protestos nas ruas. A proposta foi criticada por políticos e também no meio jurídico. Segundo a OAB, com a repercussão negativa, a presidente teria recuado na ideia de assembleia constituinte.

Eduardo Alves se comprometeu em colocar em discussão na Casa uma proposta de reforma política para ser votada no segundo semestre.

"Essa Casa recusa a ideia de uma constituinte específica ou exclusiva sobre reforma política porque entende que isso apenas retardaria uma reforma que esta Casa tem o dever de fazer", disse.

"As propostas que as entidades e a presidente queiram apresentar serão bem recebidas. Faremos um grupo de trabalho para que no segundo semestre ela [reforma política] possa ser aprovada nesta Casa", completou.

Nos bastidores, a iniciativa de Dilma, que não consultou o vice-presidente Michel Temer nem seu partido, o PMDB, provocou mal-estar no Congresso, inclusive com críticas de partidos aliados.
Deputados avaliam que houve um "gesto político" de Dilma que tinha chance de aumentar a tensão das manifestações com o Congresso.

Além dos peemedebistas e da oposição, parlamentares do PSB, PSC, PR e PDT fizeram críticas à proposta.


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