Folha de S. Paulo


Tucanos já se armam para embate com Padilha em SP

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT), se tornou o foco da artilharia tucana ao transferir seu título de eleitor para São Paulo. No Palácio dos Bandeirantes, ele já é visto como o adversário do governador Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição de 2014.

Padilha votava em Santarém (PA), mas registrou seu domicílio eleitoral na capital paulista, como informou a coluna "Painel" desta quarta-feira. O ministro atribuiu a mudança às eleições internas do PT, marcadas para novembro.

Edson Silva - 16.jun.2013/Folhapress
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) discursa durante evento para prefeitos em Ribeirão Preto (SP)
O ministro Alexandre Padilha (Saúde) discursa durante evento para prefeitos em Ribeirão Preto (SP)

"Minha casa é em São Paulo, e para poder votar internamente no PT de São Paulo, tem que participar de três atividades no diretório onde mora", afirmou na quarta-feira.

Os tucanos interpretaram a transferência como a consolidação de seu nome como pré-candidato e avaliaram a notícia de duas maneiras. Primeiro, com alívio. Pesquisas internas mostravam que, entre os nomes do PT, era o do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o que hoje oferecia mais perigo a Alckmin. Ele incorpora as críticas à segurança, tema muito sensível à gestão do tucano.

Aliados do governador, contudo, admitem que Padilha tem mais apoio dentro do PT e boa interlocução com prefeitos do interior --seara de melhor desempenho de Alckmin até aqui.

Na Assembleia Legislativa, por exemplo, o governo acredita que os 22 deputados petistas sejam pró-Padilha. O ministro também é próximo de dirigentes do PP e PR, siglas que estão na mira do governador para 2014.

Ainda assim, os tucanos acreditam que o ministro terá dificuldades por ocupar uma pasta mal avaliada.

Petistas admitem que esse é um dos pontos fracos do ministro. Por isso buscarão enfatizar os investimentos federais no Estado.

Outra ponderação feita no PT é que, embora prefira Padilha a Cardozo, o ex-presidente Lula, a quem cabe a última palavra sobre a candidatura, não está totalmente convencido de que ele seja o melhor nome, por não ter ainda uma marca na Saúde.


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