Folha de S. Paulo


Morte de índio em MS foi por rixa pessoal, diz delegado

O delegado que investiga a morte de um índio guarani-caiová registrada nesta quarta-feira (12) em Paranhos (MS) descartou que o crime tenha relação com disputas fundiárias.

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"Ouvi testemunhas e estou convicto de que se trata de algo envolvendo a vida pessoal da vítima", afirmou o delegado Rinaldo Moreira.

Celso Figueredo, 34, morreu enquanto se dirigia a uma fazenda para receber por serviços agrários que havia prestado ao dono da área. O pai dele, que o acompanhava no momento, relatou que um homem encapuzado saiu de um matagal e disparou duas vezes contra o índio.

Paranhos faz fronteira com o Paraguai e está a 416 km de Sidrolândia, epicentro da atual tensão entre índios e fazendeiros no Estado.

A polícia informou ainda ter localizado a suposta arma do crime de Paranhos.

Segundo Moreira, uma espingarda de fabricação caseira, calibre 28, estava dentro da casa de um funcionário da fazenda onde Figueiredo foi morto.

O dono da arma, no entanto, estaria fora de Paranhos.

"Diligências estão sendo feitas para encontrá-lo. Se tivermos sucesso, ele será autuado por posse ilegal de arma de fogo. Exames de balística serão realizados para dizer se realmente foi essa a arma utilizada no crime", relatou o delegado.

Homens da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança estão em Paranhos. Eles atuam nas negociações entre os índios da aldeia Paraguassú, que faz parte da terra indígena Takwarity/Ivykwarusu, e o dono da fazenda onde aconteceu o crime.

Os índios querem fazer o sepultamento no exato local onde ocorreu a morte. O dono da fazenda não aceita. De acordo com a Polícia Federal, o Ministério Público Federal será acionado para resolver o impasse. (WILHAN SANTIN)


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