Folha de S. Paulo


Após se aliar a Alckmin, ex-crítico diz que é hora de elogiar governo

Do ataque ao elogio. Após ser contemplado com uma secretaria e ter aderido ao governo de Geraldo Alckmin, o PRB de Celso Russomanno mudou o tom em relação à gestão tucana em São Paulo.

Rogério Hamam, filiado ao partido, assumiu a pasta do Desenvolvimento Social em 28 de maio. Dois dias depois, o presidente da legenda, Marcos Pereira, que negociou a adesão ao governo, elogiou em seu blog um pacote para a segurança anunciado por Alckmin na semana anterior.

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"Já debatemos de forma exaustiva sobre segurança pública aqui neste espaço, inclusive com várias críticas ao governo do Estado de São Paulo", escreveu Pereira, que é bispo licenciado da Igreja Universal, ligada ao PRB.

Mauricio Rummens/Divulgação/Governo de São Paulo
O secretário de Desenvolvimento Social, Rogério Hamam
O secretário de Desenvolvimento Social, Rogério Hamam

"Agora é o momento de elogiar, por questão de justiça, e fazer um voto de confiança e torcida, haja vista que um novo conjunto de ações foi lançado."

Pereira exaltou medidas como o pagamento de um bônus semestral de até R$ 10 mil para policiais que reduzirem a criminalidade. Em textos anteriores sobre o tema, ele atacava o governo pela "onda de violência que vem castigando São Paulo" e cobrava promessas eleitorais.

A segurança foi um tema recorrente na campanha de Russomanno a prefeito de São Paulo, em 2012. Antes do ingresso na base de Alckmin, o PRB pretendia lançá-lo candidato a governador em 2014.

Pereira defende a mudança de posição. "Quando vem um programa que a gente espera que dê certo, tem que elogiar também. E, se as coisas não funcionarem, farei novas críticas", diz.

Após passar por mudanças, o site do PRB estadual deixou de mencionar o "Observatório Republicano de Gestão", grupo anunciado em maio para fiscalizar a gestão tucana em São Paulo.

No texto de apresentação, o grupo se dizia inspirado no "shadow cabinet" britânico. "No Reino Unido, o líder da oposição forma um gabinete alternativo ao governo", explicava a nota do partido.

Pereira diz que o observatório continuará atuante. "Agora, dentro do governo, fica até mais fácil para colocar nossas ideias", afirma.


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