Folha de S. Paulo


Índios são barrados no Palácio do Planalto

Mais de 50 índios de etnia mundurucu tentaram na tarde desta quinta-feira (6) entrar na área externa do Palácio do Planalto, mas foram impedidos por seguranças.

Eles estavam com arco e flechas e tacapes, mas foram desarmados. Houve empurra-empurra, mas não houve agressão e não há informação de feridos.

Eles foram recebidos na última terça-feira (4) pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e, nesta quarta-feira, protocolaram uma carta em que pedem mais espaço nos diálogos com o governo.

Eles permaneceram em frente ao palácio, sentados e dançando, por cerca de duas horas.

Sanada a tensão, seguiram para a Praça dos Três Poderes e, depois, para a frente do Ministério da Justiça. Lá, os ministros Gilberto Carvalho e José Eduardo Cardozo (Justiça) recebiam indígenas da etnia terena em audiência sobre a morte do índio Oziel Gabriel na semana passada, em Sidrolândia (MS).

ROMARIA

Após a tentativa de entrar no Planalto, parte dos índios mundurucus seguiu para o Congresso Nacional, mas também foram barrados. Após uma negociação com a Polícia Legislativa, apenas três representantes dos cerca de 140 indígenas foram liberados. Não houve tumulto.

Eles foram até as Presidências do Senado e da Câmara e protocolaram um documento pedindo que o Congresso não aprove projetos autorizando o governo a construir Hidrelétricas nos rios Tapajós e Teles Pires, na bacia Amazônica. Os índios foram acompanhados pelo deputado Padre Ton (PT-RO).

No início dos conflitos entre índios e produtores rurais, em abril, chegaram a invadir o plenário da Câmara em protesto a uma Proposta de Emenda Constitucional que repassa para o Congresso o poder de demarcar terras indígenas, atribuição da Funai (Fundação Nacional do Índio) que depende da chancela da Presidência.

Mas desocuparam o local horas depois do protesto.


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