Folha de S. Paulo


PT paulista quer puxador de voto para a Câmara

As pressões de petistas para que o senador Eduardo Suplicy (SP) não concorra a um novo mandato e se lance a deputado têm dois motivos.

O primeiro é abrir espaço para que o partido possa negociar a vaga com outras legendas, visando à formação de alianças para a disputa do governo de São Paulo.

Uma das siglas que poderiam herdar o posto é o PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab, que vem se aproximando do PT no plano federal.

O segundo motivo é que o partido precisa de um puxador de votos para a Câmara em 2014. Os nomes mais votados em eleições passadas ou foram abatidos pelo julgamento do mensalão ou estão em cargos executivos.

O mensalão deve tirar da chapa de 2014 o deputado federal mais votado em São Paulo pelo PT, João Paulo Cunha, que teve 255 mil votos em 2010 e foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, no ano passado.

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Também condenado, o ex-presidente do PT José Genoino já havia tido menos de 100 mil votos em 2010, virando suplente. Neste ano, ele assumiu a cadeira de Carlinhos Almeida, que foi eleito prefeito de São José dos Campos (97 km de São Paulo).

O segundo mais votado do PT no Estado, Jilmar Tatto (250 mil votos em 2010), é secretário dos Transportes na Prefeitura de São Paulo.

Suplicy foi eleito senador pela primeira vez em 1990, e seu terceiro mandato terminará no próximo ano.

Os petistas que gostariam de vê-lo longe do Senado o consideram pouco alinhado aos interesses do partido. Lembram especialmente que ele assinou o pedido para a CPI dos Correios, em 2005, que investigou o mensalão.

Como alternativas, o grupo de João Paulo Cunha pretende lançar o vice-prefeito de Osasco, Valmir Prascidelli, para herdar os votos do parlamentar em sua base eleitoral.

O PT também aposta no desempenho do presidente da sigla em São Paulo, deputado estadual Edinho Silva.


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