Folha de S. Paulo


Rede social autoriza piada e 'Dilma Bolada' desiste de 'suicídio digital'

O Facebook reautorizou na tarde desta quarta-feira a postagem de uma piada no perfil "Dilma Bolada" que havia sido excluída pela rede social.

Em nota, a empresa informou que o conteúdo foi retirado do ar indevidamente após denúncias de usuários.

Paródia de Dilma ameaça 'suicídio digital' após frase apagada pelo Facebook
Mônica Bergamo: "Dilma Bolada" é censurada no Facebook após piada sobre Aécio

Reprodução/Facebook/DilmaBolada

"O conteúdo em questão foi reportado e nossos sistemas automáticos, elaborados para garantir a segurança dos usuários, removeram-no indevidamente. Depois de termos sido alertados, o conteúdo foi recuperado e está no ar novamente. Lamentamos o inconveniente", declarou a empresa.

O estudante Jeferson Monteiro, autor da página de paródia da presidente Dilma Rousseff, chamou de "histórica" a decisão. "O Facebook reconhecer um erro e se posicionar sobre uma questão é algo inédito", afirma. "É a indicação de que estamos em um país livre e que ideias podem ser divulgadas de forma democrática."

Ele também informou que desistiu, por enquanto, do plano de "suicidar" a personagem. "Aviso a todo mundo que, para o bem de todos e felicidade geral da nação, a 'Dilma Bolada' fica." O perfil "Dilma Bolada" tem 336 mil seguidores no Facebook.

A frase apagada fazia referência a um processo contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG). "Inventar mentira contra mim é mole, querido", dizia a piada, como se fosse escrita pela petista.

Após ter a frase apagada, Jeferson Monteiro, criador da paródia, divulgou uma nota dizendo que refletiria sobre a manutenção do perfil. Ele também citava os ataques que sofre nas redes sociais por causa das brincadeiras feitas pela "Dilma Bolada", na maioria das vezes em tom provocativo à oposição.

PSDB

Citada no texto publicado mais cedo pelo perfil "Dilma Bolada", a Juventude do PSDB informou, em nota, que as acusações de que persegue o autor da página são "uma jogada de marketing de Jeferson [Monteiro], inspirado talvez no boato-bumerangue do Bolsa Família: divulgam-se falsas versões de acontecimentos para confundir a opinião pública".

O grupo declara que "respeita a diversidade de opiniões, acreditando que a diferença de ideias fortalece o debate público, e reitera sua conduta de não utilizar as redes sociais para disseminação de ataques e calúnias contra pessoas e/ou adversários".

O texto, assinado pelo presidente da Juventude do PSDB-SP, Paulo Mathias, afirma que "Jeferson, que tenta se passar por vítima, é, na verdade, quem agride usuários da rede com palavrões e preconceitos". Para a Juventude do PSDB, o estudante "agride e finge ter sido agredido, ataca e finge ter sido atacado".

O grupo tucano citou exemplos de respostas agressivas dadas no Twitter por Monteiro, tanto em seu perfil pessoal como no da personagem.

"Eu apenas respondo à altura. Às vezes, eu extrapolo, chego ao meu limite. Eles ficam o tempo inteiro provocando", afirma Monteiro.

Monteiro diz que há simpatizantes do PSDB entre os seguidores de "Dilma Bolada", mas que só uma parte deles se incomoda com a sátira e o ataca.

"Eu lamento essas posições infantis. São pessoas que estão desesperadas diante do sucesso da personagem", diz o estudante.


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