Foi inaugurado neste sábado (25), em Belo Horizonte (MG), um monumento em homenagem aos perseguidos políticos pelo regime militar brasileiro (1964-1985). A iniciativa é da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, que pretende lançar outras nove obras parecidas pelo país.
Em entrevista à rádio CBN, durante a inauguração, o secretário nacional da Justiça, Paulo Abrão, comentou a importância do monumento e afirmou que o regime militar no Brasil foi tão violento quanto os dos demais países da América Latina.
"Depois de tanto tempo, só agora conseguir lidar com esse passado é a demonstração cabal do quão violenta foi a ditadura no Brasil. E como é falacioso o argumento da ditabranda, de que aqui nós tenhamos tido menos vítimas do que outros países", disse Abrão, referindo-se ao termo "ditabranda", que a Folha empregou em editorial de 2009 para referir-se ao regime militar no Brasil e que o jornal retificou a seguir.
De acordo com o ministério, o marco, feito de aço e com uma bandeira do Brasil com o nome de 58 mortos e desaparecidos na época da ditadura, foi inaugurado em frente ao antigo Dops (Departamento de Ordem e Política Social) de Belo Horizonte para "sinalizar às novas gerações aquele espaço de violações, para que a memória fortaleça a cultura da não-repetição".
A inauguração do monumento fez parte da 69ª Caravana da Anistia, que aconteceu entre esta sexta-feira (24) e sábado (25) e julgou processos de perseguidos políticos pelo regime militar.