Folha de S. Paulo


Alckmin oferece cargo em troca de apoio à sua reeleição

Disposto a ampliar sua base eleitoral para a disputa de 2014, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) deve acertar hoje a entrada do PRB de Celso Russomanno no primeiro escalão do governo estadual.

Mais do que pavimentar o apoio da sigla à reeleição de Alckmin, o acordo tira Russomanno da disputa e o afasta da órbita do PT, que já ensaiava uma aproximação com o ex-deputado federal.

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Terceiro lugar na disputa à Prefeitura de São Paulo em 2012, com 21% dos votos válidos, Russomanno deve concorrer agora à Câmara dos Deputados.

Alckmin se reúne com o presidente nacional do PRB, bispo Marcos Pereira, no fim da tarde, quando deverá anunciar o nome do administrador Rogério Hamam para seu secretariado.

A expectativa é que o PRB ocupe a Secretaria de Desenvolvimento Social. Seu titular, Rodrigo Garcia (DEM), deverá ser promovido, ocupando a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

Hamam atua com turismo. É dono da R. Hamam Eventos e presidente do Ibev (Instituto Brasileiro de Eventos).

Prestes a aderir ao governo do PSDB em São Paulo, o PRB é aliado da presidente Dilma Rousseff (PT) no plano nacional.

O ingresso do PRB no governo tucano foi noticiado ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

CONVERSAS

Desde janeiro do ano passado o chefe da Casa Civil de Alckmin, Edson Aparecido, e Pereira negociam a entrada do PRB no governo paulista.

Nos últimos dias, com o avanço da negociação, o PT e o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (PSD) tentaram minar o acordo.

O PRB indicou a Alckmin três nomes da estrutura partidária para o secretariado. Uma das condições era que o escolhido não fosse da Igreja Universal do Reino de Deus, ligada à sigla.

O nome do presidente estadual do PRB, Marcos Cintra, chegou a ser cogitado por tucanos. Mas, como ele se filiou ao partido em fevereiro, enfrentou reação interna.

Na negociação, o Palácio dos Bandeirantes sugeriu que o partido comandasse a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano.

O PRB aventou outras opções, entre elas o Desenvolvimento Social, o que foi aceito pelo governo. A pasta é responsável por vitrines sociais de Alckmin, como o Bom Prato e o Viva Leite.
mágoa

Russomanno, que liderou a disputa à Prefeitura de São Paulo por mais de um mês em 2012, culpa o PT por sua derrota, devido à exploração que a candidatura de Fernando Haddad fez de sua controversa proposta de criar uma tarifa proporcional de ônibus.

Segundo o deputado federal, seu pequeno tempo na propaganda eleitoral na TV o impediu de explicar ao eleitor sua proposta e de se defender das críticas.

Com isso, Russomanno só admite a possibilidade de concorrer ao governo numa aliança ampla. E reconhece que essa é uma hipótese remota. "Não tenho tempo de TV para disputar uma eleição sozinho", admite.

Apesar da mágoa demonstrada por Russomanno, o ex-presidente Lula disse há alguns dias que o PT deveria iniciar negociações com o ex-deputado tendo em vista a eleição estadual.

O partido de Lula ainda não tem candidato definido para enfrentar Alckmin.

Editoria de Arte/Folhapress

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