Insatisfeito com a atitude beligerante do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), em relação ao governo, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) alertou o correligionário que ele corre o risco de ficar "isolado" e deveria repensar sua posição.
Segundo a Folha apurou, Temer está, ao mesmo tempo, procurando deputados peemedebistas para tentar convencê-los a superar o "clima de confronto" existente na bancada do PMDB na Câmara desde a votação da MP (medida provisória) dos Portos.
| Zanone Fraissat - 28.jun.12/Folhapress |
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| Michel Temer (PMDB), vice-presidente da República |
O vice-presidente confidenciou a interlocutores que, em suas conversas com Eduardo Cunha e com os demais peemedebistas, tem insistido que partir para "o confronto não resolve, o que resolve é o diálogo".
O líder do PMDB respondeu ao vice-presidente que não está tomando uma atitude solitária ao criticar o governo, mas refletindo um "clima de insatisfação" dentro da bancada peemedebista em relação ao Planalto.
Reservadamente, Temer admite que há "insatisfações pontuais", que podem ser contornadas em breve, e até compreende a decisão de alguns deputados votarem contra o governo na MP dos Portos, fechando com o líder.
Mas o vice-presidente tem ressaltado com seus aliados que "não dá para seguir no mesmo ritmo", pois o PMDB integra a base aliada, e é preciso buscar o diálogo para pôr fim às diferenças entre os dois lados.
| Pedro Ladeira/Folhapress |
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| Deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara |
Nesta quarta-feira, Temer terá uma reunião com a presidente Dilma Rousseff para tratar da relação do partido com o governo. O encontro está marcado para o final da manhã.
O vice-presidente avalia que, mantendo a mesma posição, Cunha passará a ser visto como líder da oposição, prejudicando as negociações para atender pleitos de deputados peemedebistas.
Temer foi elogiado pelo Planalto nas negociações da votação da MP dos Portos, mas tem sido cobrado a contornar o problema em que Eduardo Cunha se transformou. Na avaliação do Planalto, o deputado saiu do controle do vice-presidente.
Eleito líder com o apoio de Temer, Eduardo Cunha foi, na avaliação do governo, um dos maiores opositores à MP dos Portos na Câmara e já será, de fato, tratado como oposição até mudar de posição.