Folha de S. Paulo


PTB sinaliza apoio à reeleição de Alckmin em 2014

O PTB de São Paulo sinalizou nesta terça-feira (21) apoio à reeleição do governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), em 2014.

O presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, rejeitou uma possível aproximação com o PT na sucessão estadual e disse ter uma "história de lealdade" com Alckmin, de quem foi vice nas eleições de 2000 e 2008 na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

É a primeira indicação de apoio ao governador tucano, que tem perdido respaldo político no Estado.

Neste mês, Alckmin sofreu um revés de seu vice, Guilherme Afif Domingos, um dos fundadores do PSD, que assumiu a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério.

Segundo Machado, não há "a menor possibilidade" de o PTB dar apoio "a outra candidatura que não a de Geraldo Alckmin". Apoiar um petista em 2014, segundo o presidente estadual do PTB, seria afrontar uma "trajetória de lealdade" ao tucano.

A declaração de Machado foi feita por meio de nota, para divulgar a saída do vice-prefeito de São Bernardo do Campo, Frank Aguiar, do partido. Conhecido como "cãozinho dos teclados", Aguiar é vice de Luiz Marinho (PT) e defendeu a aproximação do PTB ao PT nas próximas eleições.

O cantor e vice-prefeito pretende se candidatar a deputado federal e disse que irá apoiar o candidato petista em São Paulo.

Padrinho de casamento de Aguiar, Machado disse que não poderia aceitar o apoio ao PT em 2014. O PTB participa do governo estadual tucano com a Secretaria de Esporte, além de cargos no segundo escalão. Aguiar deve ir para o PMDB ou PC do B.

A aproximação do PT com o PTB foi defendida recentemente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita a uma unidade de saúde de São Bernardo do Campo. Lula quer que o PT faça uma ampla aliança no Estado, com o PTB, PRB e PSD, além do PC do B, para tentar derrotar Alckmin em 2014.

Com receio de ter pouco tempo de televisão em 2014, o governador tucano intensificou as conversas com partidos que fazem parte de sua base aliada no Estado. Além de perder o PSD, Alckmin pode ficar também sem o PDT e o PP.

O PDT, que integra a base de apoio ao tucano e ocupa a Secretaria Estadual do Emprego e das Relações de Trabalho, lançou como pré-candidato no Estado o deputado estadual Major Olímpio.

O PP tem se mostrado insatisfeito com a falta de espaço no governo Alckmin e ameaça fechar com o PT. O partido do deputado federal Paulo Maluf almeja assumir a Secretaria de Habitação, nas mãos do PSDB, mas o governador resiste.

Além de tentar garantir uma aliança com o PTB e com o DEM, tradicional aliado dos tucanos em São Paulo, Alckmin tem negociado com o PSB e cogita entregar a vice ao partido. Se isso se confirmar, a candidatura do tucano poderá servir de palanque duplo na eleição presidencial, para os pré-candidatos do PSDB, senador Aécio Neves, e do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

O PT tem negociado com o PSD e PMDB, que já garantiram apoio no segundo turno. Se firmarem uma aliança já no primeiro turno, garantirão o maior tempo de propaganda eleitoral na televisão.

O fundador do PSD, ex-prefeito Gilberto Kassab, tem dito a aliados que poderá se candidatar à Câmara dos Deputados, para aumentar a bancada federal do partido. Com isso, abriria caminho para uma aliança com o PT já no primeiro turno.


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