Folha de S. Paulo


Ex-cunhada de PC Farias evita acusar Augusto e defende ex-seguranças

A ex-cunhada de Paulo César Farias, Eônia Pereira Bezerra, disse nesta quarta-feira (8) confiar nos ex-seguranças acusados de envolvimento na morte do empresário e da namorada dele, Suzana Marcolino.

Eônia, que durante as investigações prestou depoimento no qual afirmou ver motivação financeira nos crimes, disse que a ex-mulher de PC e sua irmã, Elma Farias, morta em 1994, nunca reclamou dos seguranças e que eles sempre trataram bem Ingrid e Paulo Farias, filhos de Elma e PC.

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"Ela [Elma] nunca comentou nenhum comportamento que denotasse insegurança tanto dela, quanto do Paulo César. Pode até ter existido, mas nunca chegou ao meu conhecimento", afirmou Eônia.

A irmã de Elma confirmou diversos trechos do depoimento dado por ela em 1999, durante a investigação do caso pela polícia, inclusive reafirmando não manter um bom relacionamento com Augusto Farias, irmão de PC Farias.

Na época, no depoimento sigiloso à Polícia Civil e ao Ministério Público de Alagoas ela reforçou a suspeita policial de que Augusto teria participação nas mortes de PC Farias e Suzana.

Augusto chegou a ser indiciado, mas o processo foi arquivado no STF (Supremo Tribunal Federal), em 2002, por falta de provas.

Nesta quarta-feira, ela afirmou que o patrimônio de Augusto cresceu "substancialmente" após a morte de Paulo César Farias.

No entanto, a ex-cunhada de PC evitou acusar o irmão do empresário e, no novo depoimento nesta quarta-feira, seguiu a tese de crime passional defendida por Augusto.

"Eu estava na minha residência quando recebo um telefonema da Ingrid, aos gritos: 'A Suzana matou meu pai e se matou'. Foram as palavras da Ingrid", afirmou Eônia.

PC Farias e Suzana Marcolino foram encontrados mortos na cama, no quarto da casa de praia do empresário, em 23 de junho de 1996. À época, Paulo César tinha 50 anos e Suzana, 28. PC foi tesoureiro de Fernando Collor de Mello.

Eônia foi a primeira das seis testemunhas convocadas pelo juiz para prestar depoimento neste terceiro dia de julgamento.

Assim como as outras pessoas que devem ser ouvidas até o final do dia, ela foi citada pelas testemunhas arroladas pela defesa e pela acusação.

Após o recesso feito pelo juiz Maurício Breda, a irmã de Suzana Marcolino, Anna Luiza Marcolino, 55, deve ser ouvida. Em entrevista à Folha desta quarta-feira, Anna Luiza afirmou que a namorada de Paulo César Farias não teria motivo para se matar.

Editoria de Arte/Folhapress
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