Folha de S. Paulo


Inflação pauta PT e PSDB no 1º de Maio

A inflação dominou os discursos de governo e oposição no feriado do Dia do Trabalho, celebrado ontem. Tanto a presidente Dilma Rousseff, em pronunciamento na televisão, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), no palanque de uma festa do 1º de Maio, exploraram o tema.

Em cadeia nacional de TV, a presidente disse ser "mais do que óbvio" que seu governo está comprometido com o controle da inflação.

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A declaração ocorreu depois de o IBGE divulgar que a inflação acumulada nos últimos 12 meses, de 6,59%, ultrapassou o teto da meta estabelecida pela equipe econômica. A meta é de 4,5% ao ano, com margem de tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

"Este governo vai continuar sua luta firme pela redução de impostos e pela diminuição dos custos para o produtor e o consumidor, mesmo que tenha que enfrentar interesses poderosos. É mais do que óbvio que um governo que age assim e uma presidenta que pensa dessa maneira não vão descuidar nunca do controle da inflação", afirmou Dilma.

Segundo a presidente, "essa é uma luta constante, imutável, permanente". Dilma também afirmou que "nada ameaça" as conquistas dos trabalhadores, como aumentos reais de salário e crescimento do poder de compra.

"Não abandonaremos jamais os pilares da nossa política econômica, que tem por base o crescimento sustentado e a estabilidade", disse.

A pressão inflacionária tem sido explorada politicamente pelos adversários da presidente, já com vistas à sucessão, em 2014. Ontem, o tema voltou a ser abordado por Aécio, pré-candidato tucano.

Ao participar do 1º de Maio em São Paulo, ele acusou o governo de ser leniente com a alta de preços. "Nós não podemos permitir que o fantasma da inflação volte a rondar a mesa do trabalhador", discursou em ato da Força Sindical.

Fora do palanque, em entrevistas, disse que Dilma "flexibilizou os pilares da estabilização econômica". "A maior das conquistas dos brasileiros está sendo colocada hoje em risco."

EM DEFESA DE DILMA

Aécio foi rebatido pelo ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), que representou Dilma."Não é verdade que a inflação vai subir. A presidenta Dilma zela como uma leoa em defesa dos trabalhadores para que a inflação não coma os nossos salários."

Carvalho também rebateu críticas de que Dilma não dialoga com sindicatos. "Nunca tivemos medo desse diálogo e vamos seguir fazendo isso."

O governador e pré-candidato Eduardo Campos (PSB-PE), cuja presença no ato chegou a ser anunciada, não compareceu. No interior de Pernambuco, fez menção ao slogan de sua propaganda partidária e disse que "quem viver verá" o que ele pode fazer a mais pelo Brasil.


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