Folha de S. Paulo


Presidente de órgão ambiental do RS é afastada após suspeita de fraude

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), disse nesta quarta-feira (1º) que a presidente da Fepam (fundação estadual de meio ambiente), Gabriele Gottlieb (PC do B), foi afastada do cargo porque é investigada pela Polícia Federal em operação contra fraudes em licenciamentos ambientais no Estado.

"Ela está sendo investigada. Para nós, basta para que ela seja afastada", disse o governador, de Jerusalém, onde está em viagem oficial.

Operação da PF prende secretários do Meio Ambiente no RS

"Isso também não é uma atribuição de culpa prévia", completou, ao dizer que irá afastar qualquer servidor que estiver sob investigação.

A Fepam é o principal órgão ambiental gaúcho e está no centro da operação Concutare, da PF, que investiga a concessão de licenças ambientais mediante pagamentos de propina, que variavam de R$ 20 mil a R$ 70 mil.

Segundo a polícia, empreendimentos da mineração e da construção civil se beneficiaram do suposto esquema, que funcionaria também em outros órgãos públicos.

Na operação foram presos 18 suspeitos de participação no esquema, entre eles os secretários de Meio Ambiente do Estado, Carlos Fernando Niedersberg (PC do B), e de Porto Alegre, Luiz Fernando Záchia (PMDB), ambos já afastados do cargo.

Também foi preso Berfran Rosado, atual consultor ambiental que esteve no comando da pasta de Meio Ambiente no governo Yeda Crusius (PSDB) e era filiado ao PPS (atual MD).

No grupo dos suspeitos presos há ainda empresários, consultores ambientais --que, segundo a polícia, eram o elo entre as empresas e os servidores corruptos -- e dois funcionários da Fepam.

A saída de Gottlieb da Fepam foi anunciada na tarde de terça (30). Em sua conta no Twitter, a ex-presidente disse que entregou o cargo e que tem "convicção e tranquilidade" de ter feito "um trabalho sério e dedicado".


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