Folha de S. Paulo


Defesa de Rosemary chama 20 testemunhas para processo na CGU

A defesa de Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, vai apresentar uma lista com 20 nomes de testemunhas que deverão ser ouvidas pela CGU (Controladoria-Geral da União) em processo administrativo aberto pelo governo contra ela.

O advogado Fabio Medina antecipou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estará entre as testemunhas porque, segundo ele, a relação entre os dois é da "esfera privada". Foi Lula quem levou Rose para o governo.

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Julia Moraes - 27.nov.2008/Folhapress
Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência
Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência

Entre as testemunhas estão o ministro Gilberto Carvalho, a ex-ministra Erenice Guerra e o ex-vice-presidente do BB Ricardo Oliveira.

O advogado não informou outros nomes sob a justificativa de que isso poderia expor as pessoas.

"Escolhemos pessoas que conhecem os meandros da administração pública federal e conheciam a atuação de Rosemary como chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo. Se falarem a verdade sobre os fatos, ficaremos satisfeitos."

Segundo o advogado, foram chamados "personagens que entendemos importantes para elucidação dos fatos trazidos pela comissão processante".

Rose, como é conhecida, foi acusada pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, e o Ministério Público de participar de esquema de venda de pareceres públicos para empresários.

Na área administrativa, uma sindicância conduzida pela Casa Civil apontou tráfico de influência, uso do cargo para benefícios próprio e assédio moral, o que gerou a abertura pela CGU de um processo administrativo disciplinar contra ela.

Se for condenada, Rosemary fica impedida de assumir novo cargo público. A Comissão de Ética Pública da Presidência também analisa a conduta da ex-chefe de gabinete.

A defesa tem até quinta-feira (24) para apresentar à CGU a produção de provas nesse processo administrativo.

O advogado disse que estuda pedir perícia em documentos. Rosemary deve ser ouvida apenas na fase final do processo, após a instrução, e por videoconferência. O advogado informou que não há necessidade de Rosemary depor em Brasília, onde fica a CGU.


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