Folha de S. Paulo


Valério depõe em inquérito que investiga Lula no mensalão

O empresário Marcos Valério Fernandes voltou a depor nesta terça-feira (23) no inquérito que investiga o elo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o mensalão, segundo a Folha apurou com integrantes da Polícia Federal.

A investigação já divide membros da PF e do Ministério Público Federal, em meio às discussões da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 37, que retira o poder de investigação do Ministério Público.

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Marcelo Prates - 2.dez.2011/Hoje em Dia/Folhapress
Marcos Valério, quando foi preso em dezembro de 2011
Marcos Valério, quando foi preso em dezembro de 2011

No caso do depoimento de Marcos Valério feito em setembro e que resultou em abertura de inquérito pela PF, os delegados reclamam que terão que refazer o trabalho dos membros do Ministério Público.

Os policiais alegam que os procuradores não souberam fazer as perguntas necessárias para esclarecer os fatos denunciados pelo operador do mensalão.

A Procuradoria da República do Distrito Federal havia determinado a abertura da investigação baseada no depoimento de Valério.

É a primeira vez que será aberto inquérito criminal para investigar se Lula atuou no mensalão.

No processo principal do escândalo, julgado no ano passado pelo Supremo, Lula não foi investigado. Ele prestou depoimento, por ofício, apenas na condição de testemunha chamada por diferentes réus do processo.

O primeiro depoimento de Valério foi dado à Procuradoria-Geral da República no meio do julgamento do mensalão.

Entre outras acusações, o empresário afirmou que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, negociaram repasse de US$ 7 milhões para o PT.

Valério afirmou que o ex-presidente e Palocci reuniram-se com Horta no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria o valor combinado para o PT.

O dinheiro seria usado em campanhas petistas e para comprar deputados, segundo Valério.

Lula e Palocci negam envolvimento. O advogado do ex-ministro chama as denúncias de Valério de "invencionice".


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