Folha de S. Paulo


Relatório cita vantagens a ex-assessora de Lula, diz revista

O relatório do governo federal que embasou a abertura de um processo disciplinar contra a ex-chefe de gabinete da presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, traz detalhes de como ela atuava e se beneficiava de sua relação de intimidade com o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a revista "Veja", o documento utilizado para justificar o processo relata ao menos uma viagem a Roma na qual Rose, como ela é conhecida, e seu marido ficaram hospedados na embaixada brasileira, localizada em um palácio na Piazza Navona, um dos pontos turísticos mais famosos da cidade.

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Julia Moraes - 27.nov.2008/Folhapress
Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência
Rosemary Noronha, ex-assessora da Presidência

A revista afirma, ainda, que ela costumava pedir favores e usava o carro oficial para ir ao dentista, médico e restaurante, além de transportar as filhas e amigos.

Conhecida em Brasília pelo temperamento difícil, às vezes rude, "Veja" relata casos em que ela humilhava publicamente funcionários a serviço da Presidência.

A matéria lembra que a assessora se valia da relação próxima com Lula para patrocinar lobbies e agendar encontros com autoridades.

Segundo a publicação, em troca dos favores prestados, "recebia vantagens e remuneração em dólar, euro, real e até em won (moeda coreana)". A "Veja", porém, não lista a ocasião em que tais pagamentos teriam ocorrido e não deixa claro se isso é objeto de citação no relatório.

No ano passado, ela se tornou alvo da investigação deflagrada pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, sobre um esquema de venda de pareceres e tráfico de influência no governo.

Ela foi exonerada do cargo. Em dezembro, foi indiciada por formação de quadrilha.

Paralelamente à investigação criminal, o governo decidiu abrir uma comissão de sindicância, formada pela CGU (Controladoria-Geral da União), AGU (Advocacia-Geral da União) e Casa Civil, para investigar administrativamente a conduta de Rose.

Em janeiro, o grupo elaborou o relatório e recomendou a abertura de processo disciplinar. Mesmo não sendo servidora de carreira, ela pode ser obrigada a ressarcir o erário de prejuízos, por exemplo.


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