Folha de S. Paulo


Alckmin diz que não gostou do resultado da eleição do PSDB paulistano

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira (18) que desaprovou o resultado da eleição para a presidência do diretório do PSDB da capital paulista. O processo culminou com a derrota do vereador Andrea Matarazzo (PSDB) após articulação de três secretários de Estado.

"Não gostei da decisão", afirmou Alckmin. "A minha posição sempre foi clara: deve haver entendimento, uma executiva em que todos participem. Era a oportunidade do Andrea ser presidente do partido."

Grupo de Serra acusa Alckmin de 'omissão' em disputa interna
Após perder diretório do PSDB, Matarazzo cogita deixar partido
Serrista perde eleição para presidir PSDB de SP

Avener Prado - 14.abr.2013/Folhapress
Andrea Matarazzo e Geraldo Alckmin, em eleição do PSDB paulistano no domingo que acabou sendo adiada para terça-feira
Andrea Matarazzo e Geraldo Alckmin, em eleição do PSDB paulistano no domingo que acabou sendo adiada para terça

Alckmin é acusado por tucanos ligados ao ex-governador José Serra de se omitir da disputa interna, o que teria facilitado a ação dos secretários José Aníbal (Energia), Bruno Covas (Meio Ambiente) e Julio Semeghini (Planejamento), que articularam contra o vereador.

O pleito inicialmente estava marcado para acontecer no domingo (14), mas diante do impasse foi realizado na terça-feira (16).

Matarazzo, que é amigo e aliado de Serra, obteve declarações públicas de apoio do governador pouco antes da eleição, mas acabou derrotado pelos subordinados de Alckmin.

O vereador acusou Aníbal, Covas e Semeghini de usarem a máquina do governo para obter apoio à candidatura do ex-deputado estadual Milton Flávio. O ex-deputado é hoje assessor de Aníbal na Secretaria de Energia.

Questionado sobre a ação de seus secretários, Alckmin foi enfático. "O que eu recomendei: o Andrea presidente, mas todos façam um bom entendimento. Agora, eu não sou coronel para ficar obrigando as pessoas a votar. Acho que não foi uma boa decisão."

O governador deu as declarações após anunciar a ampliação do programa Via Rápida para o Emprego, no Parque da Juventude, zona norte de São Paulo.

Bruno Covas participou do evento e ouviu a fala do governador. "O governador queria um acordo, assim como todos nós. Só que não foi possível", minimizou.

Após o episódio, Matarazzo insinuou que pode deixar o partido. O destino seria o novo partido Mobilização Democrática, produto da fusão do PPS com o PMN, para o qual Serra foi convidado e estuda migrar.


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