Folha de S. Paulo


Presidente da Câmara diz que vai devolver dinheiro de obra em residência oficial

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta segunda-feira que irá devolver R$ 8.700 gastos com a instalação de uma cobertura ao lado da piscina da residência oficial Câmara. A Folha revelou hoje que, a pedido de Alves, foi construído no local um deck com recursos públicos.

Alves afirmou que mandou construir a cobertura porque não havia nenhuma sombra perto da piscina, o que inviabilizaria sua utilização, e que decidiu devolver o dinheiro porque não era algo que já existia na casa. Duas árvores foram cortadas para dar lugar ao deque.

Presidente da Câmara gasta R$ 4.000 com roupa de cama

Com relação aos gastos com enxoval, o deputado afirmou que não irá restituir os valores por considerar que são utensílios que compõem a Casa independentemente de sua vontade.

A Câmara gastou R$ 4.000 com a compra de nove colchas de casal, dois jogos de lençol, 5 toalhas de banho, 8 colchas de solteiro, 4 travesseiros e 7 toalhas de piso. Um único lençol custou R$ 599,00. Segundo uma loja especializada de Brasília, por esse valor é possível adquirir um lençol de "600 fios, toque acetinado e de puro algodão". Outras quatro colchas de solteiro saíram pelo total de R$ 796,00.

No total, a Câmara desembolsou R$ 24 mil com a reforma e as compras para a residência oficial, segundo números fornecidos pela assessoria de imprensa. O deputado vai morar no local, à beira do lago Paranoá, por um ano e dez meses, quando termina seu mandato na presidência da Câmara.

Segundo a direção da Casa, outras obras serão necessárias, pois nas gestões "dos últimos presidentes não foram feitas reformas, mas sim serviços rotineiros de manutenção".

"A residência oficial, que tem estrutura e acabamentos das décadas de 60 e 70, carece de diversas reformas que vêm sendo adiadas por décadas", informou a Coordenação de Projetos da Casa, em resposta a um pedido feito pela Folha por meio da Lei de Acesso à Informação.

Na resposta, a Câmara informou que em 2011, pouco antes da entrada do ex-presidente Marco Maia (PT-RS), foi realizada uma obra no valor de R$ 182 mil. Tratou-se da construção de um bloco de apoio "destinado a abrigar instalações de serviços" de servidores como motoristas e seguranças.


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