Folha de S. Paulo


Mercadante afirma que investigação contra Lula não 'prospera'

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) saiu nesta segunda-feira (8) em defesa de ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pode ser investigado por seu suposto envolvimento com o mensalão deve ser aberta nos próximos dias.

"Lula já enfrentou todo tipo de adversidade na vida pública. Ele sabe que sempre foi assim com ele. Ele está preparado e nós também. Ele vai superar mais essa tentativa, que não vai prosperar", afirmou o ministro.

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Sergio Lima - 22.mar.2013/Folhapress
Alozio Mercadante, em evento em Brasília
Alozio Mercadante, em evento em Brasília

Mercadante afirmou ter absoluta convicção do caráter "republicano" e da "seriedade" de Lula.

"Tenho certeza que a história vai dedicar a ele o tamanho e importância que tem", disse o ministro, em evento com empresários em São Paulo.

PEDIDO

Hoje, a Polícia Federal em Brasília recebeu o pedido de instauração de inquérito para apurar um suposto envolvimento de Lula com o esquema.

O pedido foi feito pelo Ministério Público Federal na sexta-feira e tem como base depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério de Souza, considerado o operador do mensalão.

Delegados farão uma avaliação formal do pedido nos próximos dias, para determinar se a investigação é de competência da PF. Mas essa é uma análise burocrática e os policiais dão como certa a instalação do inquérito.

É a primeira vez que será aberto inquérito criminal para investigar se Lula atuou no mensalão.

No processo principal do escândalo, julgado no ano passado pelo Supremo, Lula não foi investigado. Ele prestou depoimento, por ofício, apenas na condição de testemunha arrolada por diferentes réus do processo.

O depoimento de Valério foi dado à Procuradoria-Geral da República em setembro do ano passado, no meio do julgamento do mensalão.

Entre outras acusações, o publicitário afirmou que Lula, o ex-ministro Antonio Palocci e Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, negociaram repasse de US$ 7 milhões para o PT.

Valério afirmou que o ex-presidente e Palocci reuniram-se com Horta no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria o valor combinado para o PT.

Na sexta-feira, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, afirmou que "não há nova informação em relação às publicadas há cinco meses", quando o depoimento de Valério foi remetido à primeira instância.

Advogado do ex-ministro Palocci, José Roberto Batochio chamou o depoimento de Marcos Valério de "invencionice" e negou a existência do encontro no Palácio do Planalto.

Editoria de arte/Folhapress

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