Folha de S. Paulo


PDMB critica possibilidade de 'palanque duplo' para Dilma no Rio

Para impedir a candidatura do senador Lindbergh Farias (PT), o PMDB do Rio se posicionou nesta segunda-feira (25) contra o lançamento de dois candidatos da base da presidente Dilma Rousseff ao governo do Estado em 2014.

Nota a ser lida na convenção nacional do PMDB, marcada para o sábado, afirma que o chamado palanque duplo "não se sustenta" e terá como resultado "subtratação".

PMDB-RJ muda estratégia e decide manter Cabral no cargo até 2014

O PT do Rio defende o nome próprio para a sucessão do governador Sérgio Cabral. O PMDB quer o vice Luiz Fernando Pezão na cabeça da chapa com apoio dos petistas.

"Todas as nossas lideranças e, sobretudo, a nossa militância apoiam Pezão, um gestor experiente e capaz. Sua candidatura é inegociável --não há hipótese de ele não ser candidato. Por tudo isso, o cenário de palanque duplo para a presidente Dilma não se sustenta. Trata-se de uma equação que não fecha e cujo resultado não será a soma, mas a subtração", diz a nota assinada pelo presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani.

O documento será lido por seu filho, o deputado federal Leonardo Picciani, na convenção.

Na nota, o PMDB cita a votação recorde recebida por Cabral em 2010 e de Dilma no Estado no segundo turno de quando a presidente se elegeu.

"Garantimos a governabilidade e somos fiéis aos nossos aliados. Mas cabe ao PT que a desejada aliança se mantenha coesa, forte e uníssona. Em 2010 no primeiro turno o povo do Rio deu 67% dos votos ao governador Sérgio Cabral. E no segundo turno 70% dos votos à presidente Dilma. O PMDB do Rio não tem um projeto de poder, mas um projeto de Estado."

A nota é lançada na semana em que Lindbergh deve iniciar visita aos municípios do Rio para preparar sua candidatura para 2014. O senador chama essa fase de Caravana da Cidadania, como a realizada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na década de 1990.

O petista foi a estrela nos programas do PT do Rio no fim de semana, cujo programa foi dirigido por João Santana, marqueteiro das duas últimas eleições presidenciais do PT. Para setores do PMDB, a participação indica apoio de Lula às pretensões do senador.

Há a preocupação de setores do PMDB em relação ao baixo conhecimento em relação a Pezão. O vice-governador também terá destaque nas inserções da sigla no Rio, prevista para março. O governo do Rio pretende usar a marca de "tocador de obras" ao vice para reforçar sua candidatura.

Cabral ainda tenta convencer o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a ser vice na chapa. O delegado federal é nome forte em razão da instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em algumas favelas do Rio.

"Pezão é a certeza de que a bem-sucedida política de Segurança implementada no Estado irá continuar e avançar de forma perene, trazendo a paz e o ambiente necessários para que o Rio prossiga no caminho do desenvolvendo social e econômico sustentáveis, garantindo mais emprego, mais renda e qualidade de vida para o povo que aqui vive", diz a nota.


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