Folha de S. Paulo


Outro lado: Família contesta versão de prática de trabalho escravo

Os irmãos Maurício e Ângela Rocha Miranda, herdeiros de parte da fazenda Santa Albertina, contestam as versões que colocam seus tios-avôs como simpatizantes de práticas nazistas nas fazendas da família.

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Segundo Maurício, o apoio de Sérgio Rocha Miranda ao nazismo durou somente até o momento em que descobriu as reais intenções de Adolf Hitler, por volta de 1934.

"Sérgio era um homem viajado, que gostava da boa vida. Era, sim, simpatizante do nazismo no início da década de 1930, como diversas pessoas na sociedade brasileira também eram. Havia um partido nazista no Brasil."

No entanto, diz Maurício, no fim de 1934, com a ascensão de Hitler ao poder, Sérgio deixou de flertar com o nazismo e eliminou a suástica como símbolo da fazenda.

Sobre os 50 meninos trazidos do orfanato por Oswaldo Rocha Miranda, ele afirma que o tio-avô o fez, "com aval do governo da época", para atender o pedido de sua mulher de "dar escola, educação e profissão aos órfãos".

"Era uma fazenda aberta e eles tinham de ser controlados, mas jamais foram castigados, punidos ou escravizados", afirma.

Maurício e Ângela captam em vídeo depoimentos de ex-funcionários e de frequentadores das fazendas para mostrar como os Rocha Miranda são bem conceituados nas cidades que se desenvolveram ao lado de suas terras.

Ainda segundo Maurício, o historiador Sidney Aguilar Filho nunca procurou ouvir a versão da família para sua tese de doutorado. Sidney disse não ter conseguido contato com os Rocha Miranda.


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