Folha de S. Paulo


Maia muda cargo no comando da Câmara para evitar desgaste do PSD

Em meio aos últimos ajustes entre os líderes partidários para a eleição do novo comando da Câmara, o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), assinou nesta sexta-feira um ato passando o controle da Corregedoria, responsável por investigar denúncias contra parlamentares, para a 3ª Secretaria da Casa.

Segundo líderes, a medida atende ao PSD, que deve ocupar a segunda vice-presidência, até aqui responsável pela Controladoria, cotada para ficar com o deputado Fábio Faria (RN). O partido não queria o desgaste de assumir o poder de analisar a conduta de colegas.

Outro problema seria o envolvimento de Faria com a chamada farra das passagens, tendo utilizado a cota parlamentar para pagar passagens para artistas, como a apresentadora Adriane Galisteu, sua namorada na época.

A expectativa é que um indicado do PT assuma o controle da corregedoria. A mudança terá que ser confirmada pela próxima mesa.

BLOCOS

O PT se uniu nesta sexta-feira ao PSDB e ao DEM para garantir a preferência na escolha de cargos na mesa diretora da Casa.

A aliança foi interpretada como resposta à criação de um novo bloco de partidos puxado pelo PTB em conjunto com PPS, PV e PRB para conquistar um espaço na mesa, que é definido de acordo com o tamanho dos partidos. Esse bloco fica composto por 46 deputados, ultrapassando PP, PSB, DEM, PDT que têm assento na mesa.

Nos últimos minutos para registros dos blocos, o PT reagiu e criou um blocão com DEM, PSDB, PP e PSD, com 254 parlamentares. Com isso, terão preferência na escolha dos sete cargos da mesa e quatro suplências.

Por conta do horário apertado, o PMDB não conseguiu aderir ao blocão, mas interlocutores petistas disseram que o partido vai ceder os espaços que estavam reservados para os peemedebistas que têm o deputado Henrique Eduardo Alves (RN) como favorito para a Presidência da Casa.

A Secretaria Geral da Câmara ainda avalia o impacto da criação do novo bloco, mas, preliminarmente, a mudança pode garantir apenas suplência a um integrante do bloco do PTB, PPS, PV e PRB.

Na tarde de hoje, os líderes partidários se reúnem para discutir o espaço da mesa. A eleição está marcada para segunda-feira.

A movimentação do bloquinho irritou o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS). "Isso mostra que a palavra não tem valor. Desde 2011, há um acordo assinado pelos partidos de que a escolha [dos cargos na mesa] respeitariam a proporcionalidade."


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