Folha de S. Paulo


Verba 'nova' anunciada por Dilma é prevista desde 2010

Os R$ 66,8 bilhões anunciados anteontem pela presidente Dilma Rousseff como um grande aceno de seu governo aos prefeitos já estavam previstos desde 2010.

Eles constam do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 2. Lançado no último ano da gestão de Lula, engloba obras de mobilidade, saneamento, habitação, entre outras, e já previa, desde aquela época, quase R$ 1 trilhão --a ser desembolsado ao longo dos anos seguintes.

Alan Marques/Folhapress
A presidente Dilma Rousseff
A presidente Dilma Rousseff

"A maior parte é do Orçamento Geral da União, mas todos eles são recursos já previstos nos R$ 955 bilhões de recursos do PAC 2", disse à Folha a ministra Miriam Belchior (Planejamento).

Anteontem, Dilma chamou os recursos de "novos". Belchior justificou dizendo que eles ainda não foram usados.

Em encontro com prefeitos em Brasília, a ministra explicou que R$ 10 bilhões devem ter origem em financiamento de bancos públicos. O restante virá da União.

Mais da metade dos recursos (R$ 35,5 bilhões) terão de ser destinados a projetos que já estão definidos. Ou seja, os prefeitos não terão completa autonomia, apesar de poderem, até fevereiro, fazer readequações pontuais.

'MAL INFORMADOS

Dilma chamou ontem de "mal informados" e "desavisados" os que acreditam em racionamento de energia e disse que eles "vão parar de falar isso" porque "contra fatos não há argumentos".

Ela fez a afirmação na inauguração de um parque eólico em Sergipe, no dia em que o PSDB pediu à Procuradoria Geral da República uma ação de improbidade administrativa por suposto uso eleitoral no anúncio sobre a redução das tarifas de energia.

"Acho que o procurador-geral vai arquivar. Não tem nenhum fundamento, nenhuma substância jurídica", disse o ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União).

Colaborou FÁBIO GUIBU, enviado a Barra dos Coqueiros (SE)


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