Um dos torcedores do Corinthians que estava preso na Bolívia acusado de ser responsável pela morte do jovem Kevin Spada, 14, em fevereiro deste ano, durante jogo da Libertadores, participou de uma briga que terminou em confronto com a Polícia no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
O conflito, que ocorreu no último domingo, em jogo contra o Vasco pelo Campeonato Brasileiro, é um dos assuntos mais comentados desta terça-feira (27) no Twitter, ao lado da demissão do ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, após a fuga de um senador boliviano que estava há mais de um ano refugiado na Embaixada do Brasil em La Paz.
- Após briga de torcedores, Corinthians e Vasco podem jogar com portões fechados
- Corintiano que foi preso em Oruro briga no DF; Gaviões diz que torcedor é inocente
Os termos "Oruro" --cidade onde Kevin Spada foi atingido por um sinalizador vindo da torcida corintianas e "Patriota" estão nos Trending Topics no Brasil, em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O torcedor flagrado na violenta briga é Leandro Silva de Oliveira. Vídeos mostram Oliveira agredindo um policial e brigando com torcedores do Vasco. Sócio da torcida organizada Gaviões da Fiel, ele ficou cinco meses e meio detido na Bolívia, alegando inocência, e só foi solto após longa negociação envolvendo os governos da Bolívia e do Brasil.
A "reincidência" de Oliveira em um ato de violência nos estádios revoltou alguns internautas. "Corintiano preso em Oruro por cinco meses participa de briga em Brasília. Deveria ter ficado preso na Bolívia porque de inocente não tem nada", disse Rafael Cesar (@rafapardini).
O jornalista Flávio Prado (@flaviopradojpgz), da TV Gazeta e da Rádio Jovem Pan, criticou o clube, que segundo ele financia viagens dos torcedores organizados. "Um dos suspeitos de assassinato em Oruro estava na briga em Brasília. Será que continuam pagando passagens para eles ? Claro que sim.
MINISTRO DEMITIDO
A surpreendente chegada do senador boliviano Roger Pinto Molina ao Brasil, após ficar 15 meses na embaixada brasileira em La Paz, derrubou o chanceler Antonio Patriota e reacendeu uma crise diplomática entre Brasil e Bolívia.
A demissão repercutir entre os tuiteiros. "Quem diria que um ato patriótico derrubaria o ministro Antônio Patriota!", brincou @ge_peregrino.
Oposicionista, Molina pediu asilo ao governo brasileiro no ano passado, alegando sofrer perseguição política do governo de Evo Morales. O governo boliviano, por sua vez, diz que Molina responde a processo por crimes comuns, como assassinato, desacato e dano ambiental. Ele nega as acusações.
Como a Bolívia se recusava a conceder salvo conduto para o senador deixar a embaixada em direção ao Brasil, o impasse se manteve, até que o diplomata Eduardo Saboia decidiu trazê-lo secretamente ao país, sem autorização da cúpula do Itamaraty.
Saboia foi afastado do cargo, enquanto Patriota trocou a chefia do ministério pela representação do Brasil na ONU.
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