Folha de S. Paulo


Leitores defendem serviço obrigatório a ex-aluno de universidade pública

A maioria dos leitores da Folha considera que ex-alunos de universidades públicas devem prestar serviços obrigatórios à sociedade. O dado consta de enquete do Painel do Leitor encerrada nesta semana.

De acordo com o levantamento, 70% dos leitores consideram a medida correta. A proposta ganhou destaque após reportagem da Folha mostrar que o reitor da USP, Marco Antonio Zago, apresentou ao Conselho Universitário da instituição a imposição de um "serviço à sociedade" aos formados na USP como contrapartida pelo ensino recebido em instituição pública.

Na enquete, a maioria dos leitores da Folha considerou justo que o ex-aluno retribua à sociedade o gasto com sua formação e auxilie a combater a escassez de mão de obra em áreas importantes para o desenvolvimento do país, como saúde, educação e infraestrutura.

Já 30% dos que participaram da enquete rechaçaram a proposta. Para esse grupo de leitores, a instituição de um serviço social obrigatório viola o direito ao livre exercício profissional e o preceito da gratuidade. Além de ilegal, avaliam que esse tipo de medida afastaria das universidades públicas os melhores alunos, que encontrariam condições mais vantajosas nas faculdades privadas.

Ronny Santos/Folhapress
Professores, de pé, orientam alunos durante atividade em grupo no curso de engenharia da Escola Politécnica da USP
Professores, de pé, orientam alunos durante atividade em grupo em curso de engenharia da Poli-USP

CRISE DA ÁGUA

Na enquete anterior, o Painel do Leitor perguntou se deve ser cobrada sobretaxa de quem aumentar o consumo de água no Estado de São Paulo. A medida foi anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em dezembro do ano passado em meio ao risco de colapso dos reservatórios devido à estiagem.

Para 59%, a sobretaxa deve ser cobrada. Para esses leitores, a cobrança extra é o meio mais eficaz de evitar desperdício e fazer com que a população colabore para a economia de água.

Já 41% consideram que não deve haver sobretaxa. Para eles, a população não pode ser punida por causa da falta de planejamento do governo. Em vez de multa, deveria haver campanha pelo uso racional da água, ou outras medidas, como rodízio e racionamento, mas sem a cobrança extra, avaliaram.


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