Folha de S. Paulo


Ex-aluno da Cásper Líbero relembra recepção de calouros e critica trote

Sou um ex-aluno de jornalismo da Cásper Líbero, que lá entrou na turma de 1976, e sempre citei aos meus filhos e amigos o fato de a faculdade ter promovido um dos primeiros trotes culturais para alunos de um curso superior em São Paulo.

Recentemente, pude relembrá-lo com um dos ex-diretores do centro acadêmico responsáveis pelo 'evento', de quem me tornei amigo desde aquela semana, pela bela recepção aos novos alunos, com teatro, música, cinema, esporte e doações de livros para a biblioteca da faculdade.

Divulgação
Calouro da Cásper Líbero amarrado na av. Paulista
Calouro da Cásper Líbero amarrado na av. Paulista

Poderia haver uma maneira melhor para se entrar nessa nova etapa da vida estudantil? Com certeza, não.

Principalmente se comparássemos com episódios daquele tempo, onde chegamos a ter estudantes mortos por causa de abusos no trote, ocorridos em outras instituições de ensino.

Sem falar que vivíamos em plena ditadura e o mesmo pessoal que nos recepcionava, também se empenhava em nos mostrar o quanto teríamos que 'lutar' contra os vários 'Erasmos',
tanto da vida político-social, quanto na estudantil, a cada dia, em nossos próprios corredores da Cásper Líbero.

Aquela semana do 'trote cultural' permanece viva em minha memória como exemplo e pelo orgulho de tê-la vivido, a cada início de ano letivo.

Mas na semana passada, em vez das páginas de cultura e educação, alunos da mesma faculdade apareceram no noticiário policial, deturpando completamente até a escolha que fizeram pela área de comunicação. Dão mostra de que, para dizer o mínimo, não tem capacidade sequer de avaliar o momento que vivemos; quanto mais imaginar algum deles 'criando' alguma coisa de valor para a comunidade. Lamentável.


Endereço da página:

Links no texto: