Era uma vez um terreno em Guaratiba, no Rio, um lugar bem afastado, lugar da classe trabalhadora. Estranhamento, o prefeito do Rio escolheu esse lugar para realizar a missa do papa na Jornada Mundial da Juventude.
Para que isso fosse possível, o lugar foi desmatado, mais de 300 árvores derrubadas, foram feitas obras de encanamento de água e esgoto, além de pavimentação. Milhões de reais foram gastos.
O dono do terreno, chamado Jacob Barata Filho, da família dona de muitas empresas de ônibus, foi muito caridoso e permitiu que o evento fosse feito lá. Homem de fé.
Para a tristeza dos moradores de Guaratiba, uma forte chuva veio e acabou com o trabalho de um ano inteiro, a maré encheu, inundou o terreno e o prefeito cancelou o evento, transferindo-o para Copacabana, zona Sul do Rio, área nobre da cidade bem longe de Guaratiba.
Os moradores acabaram perdendo todo seu investimento em bebidas, comidas e todo o resto que eles queriam vender. Um baita prejuízo. Segundo os moradores, foi bem estranho a prefeitura escolher aquele terreno, pois ele não tem estrutura para abrigar um evento deste porte.
A história acaba com um final feliz para Jacob Barata Filho, que ficou com seu terreno reformado, sem as árvores que ele não poderia derrubar, com um bom saneamento e por isso muito mais valorizado. E para a surpresa de muitos, o terreno será comprado pelo Estado e usado para a construção do condomínio 'Minha Casa, Minha Vida' do governo federal.
Moral da história: todos viveram felizes para sempre, menos os moradores que levaram o prejuízo e os peregrinos que não viram o papa e perderam a viagem.
| Marcelo de Jesus/UOL | ||
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| Lama tomou conta do terreno que receberia o evento da Jornada; área será transformada em bairro popular |
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