Folha de S. Paulo


"Já está mais do que na hora de investirmos em nós mesmos como verdadeiros cidadãos", diz leitor

O Movimento Passe Livre, engajado na luta pelos seus ideais, coerentes ou não, se perdeu ao permitir o apoio de partidos e grupos, que me parecem focados apenas em causar arruaças e usar a manifestação como laboratório para medir sua força reacionária.

Centenas de jovens que se sensibilizaram com a causa do aumento das passagens embarcaram nessa corrente, achando que suas vozes seriam ouvidas. Infelizmente esses jovens foram usados apenas como massa de manobra para aumentar os números dessa manifestação.

Por outro lado o comando da policia militar, ainda contaminado com o ranço do passado, se preocupa em defender interesses da elite, não enxergando a verdadeira realidade social de nossas ruas.

Os políticos se escondem em seu mundo envolto de corrupção, interesses escusos e não enxergam as necessidades da sociedade.

A mídia quer audiência. Grandes grupos de comunicação, sempre tendenciosos, protegem interesses políticos de acordo com sua conveniência e apagam a verdadeira mensagem da noticia.

Jovens, é de grande valor esse sentimento que movem vocês para protestar sobre tudo que não anda bem em nosso país. Penso, entretanto, que para se obter sucesso em uma manifestação ou qualquer movimento de cobrança aos órgãos públicos, é principio básico se prepararem intelectualmente e politicamente, filiar-se à partidos e organizações sérias e principalmente, antes de ir as ruas, conhecer profundamente o problema, ou os problemas que causaram a necessidade de uma manifestação.

Xingar os governantes, destruir patrimônio publico, gritar por gritar, enfrentar policiais com violência, manifestar-se com "raiva", tudo isso é característica de manifestantes despreparados e sem foco no objetivo a ser alcançado.

Já está mais do que na hora de investirmos em nós mesmos como verdadeiros cidadãos, preparados para desbravar caminhos onde podemos exercer nossos direitos de maneira civilizada e politicamente correta.

Não se entra numa guerra sem estarmos extremamente preparados. O jovem tem que fugir da mediocridade e do processo de "emburrecimento" que interessa a alguns políticos que desejam uma sociedade completamente manipulável. Voltemos nossos olhos para busca de uma evolução cultural, moral e política.

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