Folha de S. Paulo


O importante é ter pais que apoiam suas escolhas, diz leitora cujo filho faz balé

Li com muito interesse a opinião da Rosely Sayão "Coisa de menino ou coisa de menina?".

Tenho gêmeos de 6 anos, dois meninos, e um deles, o Nico, sempre foi além dos "papéis" tradicionais dos meninos.

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Vestiu fantasia de princesa na creche --as ajudantes da escola correram atrás dele para tirar a roupa, assustando-o--, gosta de rosa, faz balé na escola (único menino) e ginástica artística no clube (também o único menino).

Nico já comentou na aula de natação, quando a recepcionista ofereceu uma escolha de desenhos para "menino", que "não existe coisas de menino ou de menina." E pegou uma borboleta para colorir.

O que faz a diferença para ele: ter uma escola e professoras que não "notam" que ele faz balé. Como dizem em inglês "it's no big deal." Tive que entrar em contato com umas mães da escola para pedir uma ajuda com os filhos delas para eles não comentarem o assunto, positiva ou negativamente. As meninas da escola acham legal que o Nico faz balé, pois tem que ter alguém que consegue levantá-las. O clube também teve que correr um pouco porque o Nico era o primeiro menino fazer ginástica lá --eles nem tinham uniforme para meninos.

E por último, e mais importante, ter pais que suportam e valorizam as escolhas dele. Não tem preço. Começa e acaba com a família educada e de mente aberta.

Como a sra. Sayão deve saber, já existem vários bailarinos brasileiros fazendo fama no mundo --no Joffrey, em Chicago, e no Royal Ballet de Londres, entre outros. E nem me fale de como os brasileiros são bons de ginastica olímpica! Todos devem ter histórias similares de suporte de família e escolas.

Se a sra. Sayão aceita um convite, o Nico tem ensaio de balé no dia 5 de junho às 8 de manhã, na escola. Convido ela para assistir e conhecer um menino que dança --e vai ter um bailarino adulto lá também.


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