A Folha lança no próximo domingo (27) uma coletânea com as principais máximas do filósofo grego Epicuro (341 a.C.-271 a.C.).
Para Epicuro, a filosofia constituía uma via de acesso à verdadeira felicidade, que consistiria na serenidade de espírito decorrente do domínio sobre si mesmo: "Não é possível viver prazerosamente sem viver com prudência, retidão e justiça".
Desse autodomínio o próprio Epicuro deu um exemplo assombroso na carta que escreveu no dia de sua morte: "Este dia em que te escrevo é o último da minha vida e é também um dia feliz... Nem se poderia imaginar dores mais violentas, mas estes sofrimentos são compensados pela alegria que traz à minha alma a recordação das nossas conversas".
A serenidade não era casual: "A morte nada é para nós. Com efeito, aquilo que está decomposto é insensível, e a insensibilidade é o nada para nós".
Por essa razão, acrescenta, "o mais terrível de todos os males, a morte, não significa nada para nós, justamente porque, quando estamos vivos, é a morte que não está presente; ao contrário, quando a morte está presente, nós é que não estamos".
Epicuro considerava que o universo era formado pelo ser (corpo) e pelo nada (espaço), mas julgava a existência de Deus altamente discutível. Por isso advertia: "É inútil pedir aos deuses o que temos a capacidade de conseguir por nós mesmos".
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