Folha de S. Paulo


'Morte é algo para pensar quando morrer, pelos outros', diz leitora

OPINIÃO

Muito apropriado o resgate de memória que Bernardo Mello Franco construiu em "De novo, a banda podre" ("Opinião", 2/11). É sempre bom relembrar a atitude do antropólogo e então subsecretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Soares, autor de "A Elite da Tropa", que denunciou, em março de 2000, a existência de uma banda podre na polícia daquele Estado. Teria o atual ministro da Justiça, Torquato Jardim, a mesma estatura para bancar as denúncias que fez sobre o tema na atualidade, como o fez Luiz Eduardo Soares?

JOSÉ ELIAS AIEX NETO (Foz do Iguaçu, PR)

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Em "Sexualidade humana em leilão" ("Opinião", 2/11), Angela Vidal Gandra Martins parece fazer a apologia do pensamento, mas apenas do pensamento conforme sua crença numa humanidade específica, cuja função ou missão seria um suposto progresso rumo ao paraíso perdido citado nos escritos antigos. Uma humanidade de um afeto só, o que equivaleria a nenhum afeto sequer, que recalca e rechaça todos os demais afetos. Que explosões ainda nos aguardam, além destas nas portas de museus e de salas de aula, frutos da nossa frágil humanidade como ela é, e não edulcorada como alguns gostariam que fosse?

GUSTAVO A. J. AMARANTE (São Paulo, SP)

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Parabéns ao Hélio Schwartsman pela coluna "Quando as contas não fecham" ("Opinião", 1º/11). Ele tocou em dois pontos importantíssimos: os efeitos da religiosidade e do nacionalismo para a humanidade, com clareza e coragem.

ELISEU ROSENDO NUÑEZ (São Paulo, SP)

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LUISLINDA VALOIS

A esperta ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, tentou "dar uma de migué" e receber mais de R$ 60 mil de aposentadoria ("Após citar escravidão, ministra desiste de pedido de salário de R$ 61,4 mil" , "Poder"). Afinal, no Brasil, negros ou brancos, amarelos ou vermelhos, na hora da ganância da grana, e do levar vantagem, a cor não separa. A mídia descobriu a maracutaia. Que pena, ministra. A sra. fala tanto em preconceito e, na hora do seu bolso, esqueceu tudo, até os verdadeiros escravos deste país: os aposentados e os que recebem um salário mínimo? Lamentável.

MARIETA BARUGO (Rio de Janeiro, RJ)

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FINADOS

Excelente a entrevista realizada pela Folha com a dramaturga Camila Appel ("Fugir do tema da morte sai caro financeira e emocionalmente" , "Ciência + Saúde", 2/11). A morte é algo a ser superado em todos os sentidos. Ficou claro na matéria que superar os transtornos causados pela morte é uma tarefa a ser feita enquanto vivos. Se se tem condições de pensar o pós-morte, que seja em caráter estritamente financeiro, no sentido de se preocupar com o que se fará com os restos mortais. No mais, morte é algo para pensar quando morrer, pelos outros, é claro.

CAIENE CASSOLI (Caieiras, SP)

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ALCKMIN E A BASE

Em relação à reportagem "Líder do Governo expõe tensão em base de Alckmin na Assembleia" ("Poder", 2/11), esclareço: 1) O PL 920 gerará economia de R$ 15,6 bilhões no pagamento do serviço da dívida do Estado com a União. Seu envio seguiu o rito normal e cabe agora à Assembleia debatê-lo. 2) Todos os projetos do Executivo têm sido apreciados pelos deputados. Portanto, não há tensão entre o governo e a base. 3) Sobre as emendas, o governo do Estado aperfeiçoou o repasse de recursos aos municípios. A liberação hoje ocorre de acordo com o cronograma físico-financeiro da obra ou serviço.

SAMUEL MOREIRA, secretário-chefe da Casa Civil do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

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TERRORISMO

É inverossímil que os terroristas não demonstrem às suas famílias que estão alimentando um ódio ao país em que escolheram livremente viver, em busca de dias melhores. Como cães que mordem quem os alimenta, por ingratidão ou ódio a um estilo de vida contrário a sua visão de mundo, esses terroristas e suas famílias deveriam ser expulsos. Quem sabe se, ao retornarem à precariedade em que viviam, e de onde escaparam, comecem a valorizar o acolhimento, a liberdade e as condições mais dignas e estáveis do país hospitaleiro?

ÂNGELA LUIZA S. BONACCI (Pindamonhangaba, SP)

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LEITORES

O leitor Rinaldo Vieira Filho ("Painel do Leitor", 2/11) precisa ser informado de que taxista não é "coisa de terceiro mundo". A primeiro-mundíssima Londres tem o melhor serviço de táxi do planeta e, aliás, rechaçou o invasor americano Uber.

JOPE LOUIS (São Paulo, SP)

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O leitor Edson Lobo resumiu de forma simplista o perfil de Silvio Santos e José Celso Martinez ("Painel do Leitor", 2/11). Ultralúcido e rico, senil e pobre. Ora, são históricas as conduções erráticas do Senor Abravanel na aquisição da TVS. Questões jurídicas envolvem Telesena e banco Panamericano, com rombo monumental. Sem contar a forma deselegante e jocosa como tratou o encontro. Quanto a Zé Celso, um dos maiores expoentes das artes no país, com mais de 60 anos de trabalho construindo peças, atores, movimentos, é referência de produção cultural. Se isso é ser senil e pobre...

ARLINDO CARNEIRO NETO (São Paulo, SP)

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REFORMA, 500 ANOS

Parabéns pela iniciativa Reforma Brasil ("Igreja Presbiteriana critica impunidade e bancada evangélica" , "Poder", 1º/11), pois muitos evangélicos não se sentem representados pelas bancadas "evangélicas" atuais, em que as lutas e negociações não estão de acordo com a essência da palavra de Deus, que visa ao bem comum e não a interesses individuais e/ou privilégios a grupos específicos. O manifesto vem ao encontro dos anseios de um grupo "que não apoia e nem se mistura com ninguém", cristãos que buscam a justiça social e amor ao próximo e que não são massa de manobra em balcões de negociação.

DULCINEIA NAVARRO LEITE VIANA (São Paulo, SP)

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