Folha de S. Paulo


'Sob Lula, Meirelles era uma fera enjaulada', diz leitor

HENRIQUE MEIRELLES

Sob Lula, Meirelles era uma fera enjaulada. Temer abriu a jaula, para alegria de banqueiros e rentistas. Da classe média para baixo, todos pagaremos caro pela irresponsabilidade fiscal e insensibilidade social deste governo.

JOSÉ MARCOS THALENBERG (São Paulo, SP)

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REFORMA POLÍTICA

É preciso ficar claro, neste momento em que se discute o parlamentarismo no Brasil, que não adiantará mudar o sistema político se os protagonistas forem os mesmos. Um presidencialismo de cooptação —o que se faz em Brasília, segundo FHC— pode transformar-se facilmente em parlamentarismo de cooptação. A questão fundamental é a seriedade —ou melhor, a falta dela— em parte considerável da classe política. É isso o que precisa ser pensado pela sociedade nas próximas eleições.

LUCIANO HARARY (São Paulo, SP)

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Em vez de os partidos se preocuparem em modificar siglas, deveriam se unir contra os altos salários, regalias e o maléfico índice de corrupção. Mudar nome não altera o caráter dos políticos. Muitas siglas são verdadeiros balcões de negociatas para acomodação de candidatos em cargos majoritários. Criam-se novos partidos pensando muito mais nos privilégios e na verba partidária do que em inovação de pensamento ou de ideologia.

CÉLIO BORBA (Curitiba, PR)

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A reforma política que está sendo proposta pela maioria dos parlamentares nada mais é que um desejo inato de manter-se vivo, ou seja, autopreservação. Todos os que estão na mira da Operação Lava Jato querem a reeleição para garantir o foro privilegiado e escapar de depoimentos em Curitiba. O que esses cidadãos esquecem é que na eleição de 2018 o que não vai faltar serão as listas nos meios de comunicação com os nomes daqueles que devem à Justiça.

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

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Infelizmente, a democracia não deu certo no Brasil por falta de idoneidade dos três Poderes e por promiscuidade entre o Estado e o crime organizado. Para nos livrarmos do risco do retorno da ditadura, é preciso pensar urgentemente numa reforma do Estado, por meio de assembleia constituinte referendada pelo povo.

JOSÉ MARIA ALVES DA SILVA (Dourados, MS)

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MINISTRO BARRADO

Apresento minha total solidariedade a Hussein Kalout, secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, vítima de discriminação quando foi retirado da fila de embarque do voo da American Airlines para nova inspeção, sob alegação de que eram ordens do governo americano. O detalhe é que ele ainda estava no aeroporto de Brasília. Nossa comunidade soma 10 milhões de pessoas no Brasil e merece respeito. Se o presidente Trump ordena discriminação racial, que o faça em seu país, não no nosso.

CARLOS ABUMRAD (São Paulo, SP)

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Fiquei surpreso com a notícia de que uma alta autoridade do país foi barrada ao tentar embarcar em avião de empresa americana. Resta ao ministro Hussein Kalout a consolação de ter sua honra e seus direitos defendidos pelo corpo diplomático do Brasil, conhecido pela feroz determinação de proteger os interesses brasileiros em rusgas internacionais. Até já colocaram de joelhos as autoridades britânicas quando assassinaram Jean Charles de Menezes, cidadão brasileiro, em Londres.

OSMAR CESAR GAMA (Peruíbe, SP)

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FEMINICÍDIO

A barbárie se revela mais e mais no país. E os homens que se posicionam contra esses comportamentos, onde estão? A mudança depende da cultura masculina. Nas delegacias de polícia, nos escritórios, nas ruas, nos bares. Onde estão os homens que condenam a barbárie? O que estão fazendo para proteger as meninas, as mulheres?

MARIA TERESA LOPEZ ALVAREZ (São Paulo, SP)

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Muitas mulheres foram espancadas e mortas. Nada aconteceu. A corrupção está aí e sempre há protestos e manifestações. Há muita gente para defender a política, porém faltam homens para defender as mulheres.

ROGÉRIO DE SOUZA PIRES (Umuarama, PR)

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PSDB

Divirjo respeitosamente de Renato Janine. O PSDB agiu corretamente ao apoiar o impeachment de Dilma. Errou ao não adotar o mesmo critério para isolar e condenar Temer. Ambos praticaram contravenções e merecem o mesmo tipo de tratamento.

MAURÍLIO POLIZELLO JUNIOR (Ribeirão Preto, SP)

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COLUNISTAS

Muito boa a analogia de Hélio Schwartsman. Não há reforma, apenas ajustes com requintes de guaribada, para manter o status quo. Uma reforma deveria incluir a redução do número de partidos e deputados, a transparência da governança e a abolição da imunidade parlamentar. Além disso, a criação de fundo eleitoral com recursos públicos é absurda, pois o cidadão acaba por arcar com os custos para obter seu emprego. Por que os candidatos também não o fazem?

JOÃO CARLOS A. FIGUEIRA (Rio de Janeiro, RJ)

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RODEIOS

Diversão baseada na crueldade e sofrimento dos bichos, como acontece nos rodeios, é sinal do atraso de um povo.

YARA DE BARROS (Campinas, SP)

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QUADRINHOS

CJ, o melhor quadrinista dos últimos tempos. Antenado, preciso e, ao mesmo tempo, muito lírico. CJ é mesmo bauruense? Que orgulho!

MARIA CECÍLIA DE A. NAVARRO (Bauru, SP)

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UNILAB

Lemos com estranhamento a reportagem "'Universidade do Lula' criada para receber africanos vive crise no sertão". A Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira foi criada por lei no Congresso para formar pessoas num contexto de integração entre Brasil e demais países de Língua Portuguesa. Congrega mais de 600 trabalhadores e 5.200 estudantes. A redução a essa personificação pejorativa ignora sua comunidade e o ambiente plural da academia. Ela é do Estado brasileiro e do povo. Os gestores mudam, mas as universidades públicas atravessam gerações e se consolidam como patrimônio da sociedade.

As dificuldades de sua interiorização, no Ceará e Bahia, são enfrentadas em vista dos cidadãos distantes das capitais. Além disso, problemas orçamentários afetam hoje várias universidades. Isso necessita de uma postura comprometida do governo e do Congresso. A Unilab é uma promissora oportunidade de o Brasil ganhar destaque mundial ao ofertar educação de caráter internacional e que gera inclusão social.

Apostamos na leitura crítica, compreendendo o jornalismo como edição da realidade, que congrega interesses. Continuaremos trabalhando pelos 16 cursos de graduação e 10 de pós-graduação; 91 grupos de pesquisa e centenas de projetos de extensão.

ANASTÁCIO DE QUEIROZ SOUSA, reitor da Unilab (Redenção, CE)

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