Folha de S. Paulo


FHC deveria pedir renúncia de todos os políticos delatados, diz leitor

Giovanni Bello - 19.mai.2016/Folhapress
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no Instituto FHC, em São Paulo

FERNANDO HENRIQUE

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi seletivo ao sugerir somente a renúncia do presidente Michel Temer. Por que só ele? Deveria pedir que todos os políticos delatados renunciem. Estranho que, além disso, ele peça eleição direta, rasgando a Constituição. Deixe que os acusados se defendam e sejam julgados pela Justiça e que, na próxima eleição, o povo faça o julgamento dos maus políticos. Isso é democracia.

JOSÉ LUIZ ABRAÇOS (São Paulo, SP)

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Discordo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso quando ele afirma que vivemos um momento de anomia. Para o seu inventor, Durkheim, anomia é uma doença provocada pelo enfraquecimento da consciência coletiva na subjetividade dos cidadãos. Portanto, ela indica a dissolução ou relaxamento do espírito de disciplina; um desregramento moral coletivo. Bem sabemos que os cidadãos brasileiros estão apáticos e/ou catatônicos enquanto o presidente e seus asseclas continuam afirmando que governam em nome da vontade popular e, eles sim, revelam sua amoralidade.

HELOÍSA FERNANDES, socióloga (São Paulo, SP)

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CHECAGEM

Que ótima ideia a de submeter a um crivo de verdade as declarações inconsistentes dos políticos na coluna "Agência Lupa". Políticos frequentemente falam demais e são contraditórios. O exemplo de FHC é inconteste. A entrevista de Tasso Jereissati também deve ser submetida à checagem. Mesmo presidente interino do PSDB, o senador agora se diz contrário à decisão de permanência do partido na base de apoio a Michel Temer.

ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)

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FUNDO PARA CAMPANHA

Impossível ficar calada lendo esta notícia. Os Estados estão quase falidos, hospitais não têm condições de atendimento, e a população não possui a menor infraestrutura de saneamento básico. Ao mesmo tempo, estes políticos cínicos só pensam nos próprios interesses e às nossas custas. Reforma política já! Temos que ir para as ruas.

CRISTINA REGGIANI (Santana de Parnaíba, SP)

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Está escancarada na primeira página mais uma vergonha no sistema político. Será que uma reforma politica significa amealhar bilhões para campanhas eleitorais? O povo já está fragilizado por não ter emprego, ainda querem enfiar mais uma vez a mão no bolso de pessoas que pagam quatro meses de impostos? Com esses bilhões para campanhas eleitorais, que tal construir mais hospitais nas capitais dos Estados, com bom atendimento e fortemente equipados? Assim, o Brasil inteiro não precisaria esperar meses para um consulta digna.

CREUSA COLAÇO (Monte Alegre, SP)

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EMPREGO PÚBLICO

Sérgio Firpo mistura alhos e bugalhos em seu artigo. O professor do Insper reconhece que a proporção de servidores públicos com nível superior é maior que na área privada, mas critica a média de salários daqueles ser mais alta e o esforço para passar em concursos. Critica também a estabilidade, esquecendo-se de que ela compensa a falta de chances para enriquecer e protege os servidores de demissões por politicagem e por não aceitar participar de sujeiras ou denunciá-las.

CARLOS BRISOLA MARCONDES (Florianópolis,SC)

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Deve-se discutir a relação ensino x empregabilidade. Em momentos de crise, não é de estranhar que muitas pessoas graduadas em engenharia ou administração, menciono essas áreas como exemplos, procurem no setor público oportunidades que faltam no setor privado. Infelizmente, o artigo não aborda a qualidade, sofrível, do ensino no Brasil, o que contribui desnecessariamente para que boa parte das vagas em concursos seja direcionada às pessoas com formação superior.

AILTON CLÁUDIO RIBEIRO (Santos, SP)

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A análise de Sérgio Firpo é perfeita. O serviço público tem se tornado uma "privilegiocracia". Injusta, ineficiente, egoísta e corporativista. Se não houver mudanças no tamanho do Estado, não haverá serviço privado suficiente para manter essa pirâmide insensata. A estabilidade de emprego e a aposentadoria diferenciada são os pilares dessa anomalia.

ARNALDO FEITOZA (Telêmaco Borba, PR)

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Brilhante, extremamente oportuno e esclarecedor o artigo de Katia Maia e Oded Grajew. Só vemos serem abordadas em nossa mídia as necessidades econômicas dessa proposta. Não vemos nenhum debate ou propostas alternativas. Só no âmbito privado houve evolução tecnológica? E no âmbito público, por que não houve? Até quando iremos admitir o inchaço da máquina em todas as esferas e as dezenas de milhares de cargos comissionados?

MARCOS MARCONDES (Indaiatuba, SP)

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MEMÓRIA

Brilhante a lembrança da presença jornalística de Niomar Moniz Sodré Bittencourt, feita por Ruy Castro em sua coluna. Realmente, Bittencourt foi a primeira mulher no continente a comandar um grande jornal, sendo que jamais se curvou à truculência da ditadura militar. Ao contrário, ela enfrentou-a, de igual para igual, intimorata, como verdadeira paladina da democracia que era. Quase chegou às vias de fato com os brutamontes do covarde regime de exceção, que acabaram por fechar o brioso "Correio da Manhã".

ROBERTO CECIL VAZ DE CARVALHO, advogado (Araraquara, SP)

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