Folha de S. Paulo


Leitores reagem a propostas de sindicalistas e criticam Doria

TENDÊNCIAS / DEBATES

É provável que a reforma das leis trabalhistas apregoada pelo governo Temer não seja a ideal e tenha suas falhas, entretanto, é imprescindível. O país precisa se adequar à modernidade. Verdadeira e perigosa armadilha, ao contrário do pensamento do sindicalista Vagner Freitas, presidente da CUT ("Temer, o inimigo dos trabalhadores", 30/4), seria o governo não se empenhar para a efetivação dessa reforma. O interesse do País está acima do interesse deste ou daquele segmento.

JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA ROBALDO, procurador de Justiça aposentado e advogado (Campo Grande, MS)

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As opiniões expressas por Vagner Freitas e Paulinho da Força, embora de um atraso monumental, são compreensíveis: ambos lamentam, na verdade, o fim do imposto sindical, a "mamata" que alimenta sindicatos como os deles, que não representam minimamente o trabalhador. Já os 71% de desaprovação à reforma previdenciária são bem mais preocupantes, pois revelam a extrema ignorância do brasileiro em matéria de economia: há que estancar o déficit público e o tema não é político e sim, técnico.

JOSÉ CRETELLA NETO (São Paulo, SP)

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JOÃO DORIA

Lamentáveis as atitudes do prefeito de São Paulo: agride verbalmente os grevistas, chamando-os de vagabundos, apaga grafites de maneira grotesca, discute com populares e debates de maneira autoritária, joga flores que recebeu de uma ciclista, demite uma secretária via rede, expondo-a, e tira moradores de rua de forma inadequada, usando policiais. Com essas atitudes, como pretende ser presidente do país?

Maria Helena Beauchamp (São Paulo, SP)

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Sobre a notícia de que Doria jogou flores pela janela, cabe a pergunta: ainda está em vigor a lei paulistana nº 10.315, de 30/4/1987, cujo art. 24 proíbe lançar ou atirar, nas vias e logradouros públicos, papéis, invólucros, cascas, restos, resíduos e lixo de qualquer natureza?

ADILSON DE ALMEIDA VASCONCELOS (Brasília, DF)

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A perseguição sistemática da Folha contra o prefeito João Doria continua. Assuntos banais são abordados com ênfase e manchetes tendenciosas, insinuando culpa do prefeito para atos irresponsáveis praticados por pedestres e motoqueiros causadores de acidentes nas marginais.

ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP)

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Confrontado com a realidade crua das mortes após a malfadada e populista iniciativa de aumentar as velocidades das marginais, o prefeito queridinho das redes sociais e de parte da mídia agiu de forma arrogante e indelicada, afirmando em seguida que não se intimida com flores. Da mesma forma violenta e desnecessária com que o asfalto recebeu as flores atiradas janela do carro afora, recebeu também as vítimas da marginal. Um triste exemplo de incivilidade do "político-gestor" que se intitula zelador de nossa cidade.

JEFFERSON C. VIEIRA (São Paulo, SP)

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PREVIDÊNCIA

Há um conflito insuperável nas sociedades contemporâneas: trabalho x não-trabalho (aposentadoria). É mais urgente criarmos mais postos de trabalho, subordinados ou autônomos, do que facilitações ao não-trabalho. Desde a criação do sistema de previdência social no século 19, na Alemanha, já se dizia que aposentadoria não é prêmio, mas um um acúmulo de reservas para o futuro, no qual o Estado ajuda. Um pouco de realismo, ao lado da pronta eliminação dos privilégios na área, ajudaria a pensar no problema de forma mais global.

MARLY A. CARDONE, professora de direito do Trabalho e da Previdência Social (USP) e presidente do Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Junior (São Paulo, SP)

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A manchete da Folha apontando pesquisa segundo a qual 71% no país é contra a reforma da Previdência deve ser contraposta com a coluna de Samuel Pessoa ("É preciso se informar para ser contra", 30/04) e também com dizeres de Lula, Dilma e FHC, que já manifestaram a necessidade de reformar a Previdência. Considerando o conhecimento dessas pessoas, isto pode levar a concluir pela grande falta de informação da população, ou por interesses próprios acima dos da nação.

ADRIANO A. NATALE (São Paulo, SP)

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DATAFOLHA 2018

A ascensão de Bolsonaro entre os mais escolarizados é um susto para qualquer cidadão. Suas propostas giram em torno de uma pauta ridícula e ilusória: a folclórica luta anticomunista, a defesa da moral e o ataque aos direitos humanos. É preciso ser muito idiota para acreditar nele: o comunismo está morto e enterrado, as famílias não são as de 1950 e direitos humanos não têm relação com bandido. Será que a população está suficientemente informada de que este senhor defende a tortura, faz "piada" com negros e desrespeita as mulheres? É preciso dizer não às ideias fascistas!

HAROLDO H. SOUZA DE ARRUDA (São Paulo, SP)

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ENTREVISTA DA 2ª

Brilhante a entrevista com o ícone do movimento Paris 68, Daniel Cohn-Bendit. O ex-anarquista agora apoia o centrista independente Macron para presidente. Centrista é quem apoia soluções de esquerda para problemas sociais e soluções de direita para questões econômicas, acabando com o encarquilhado maniqueísmo. Um ovo de Colombo longamente chocado que agora parece descoberto.

GILBERTO DE MELLO KUJAWSKI (São Paulo, SP)

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OMBUDSMAN

Irretocável o comentário de Paula Cesarino Costa sobre a maneira tosca como a grande mídia, incluindo a Folha, cobriu as manifestações contra as reformas. Paula, você é a voz dos "sem espaço" na mídia.

ANTONIO MATTAR (Rio de Janeiro, RJ)

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BELCHIOR

Parabéns à Folha por fixar em seu diário a passagem do escritor, poeta e cantor Belchior. Despertou em mim a incógnita que paira sobre o legado futuro da música como forma de expressão cultural e de questionamento.

TIBOR YUZO (São Paulo, SP)


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