Folha de S. Paulo


Denúncia de suborno em órgão fiscalizador é muito grave, diz leitor

Ricardo Nogueira -23.jun.2016/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 23-06-2016, 16H00, OBRAS MONOTRILHO LINHA 15, COTIDIANO: Funcionarios trabalham na linha 15 do Monotrilho, na estacao Tolstoi, na zona leste da capital. Corrego que havia sido descoberto impedia a continuidade da obra. (Foto: Ricardo Nogueira/Folhapress) ***exclusivo Folha***
Obras na linha 15 do monotrilho, na zona leste da capital

TRIBUNAL DE CONTAS

A Andrade Gutierrez diz que subornou o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para que ele não apontasse nada contra contratos de obras. Como o PSDB de Geraldo Alckmin e José Serra domina o cenário político nestes tempos, isso toca diretamente a cúpula do partido. Talvez essa seja a mais grave denúncia dos últimos tempos por tratar-se de suborno num órgão fiscalizador.

OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP)

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Isso faz cair por terra a ilusão de que na administração paulista não há corrupção, como parecem querer mostrar seus administradores. Quanto à negação dos supostos autores do ilícito, há mesmo de se esperar que neguem. Ainda não vi ninguém assumir que tenha praticado algo errado na administração pública. São todos santos. Falam em 30, 40 anos de vida pública, como se fosse atestado de boa conduta. Para mim, isso dá a dimensão de por quantos anos estamos sendo lesados.

ADENOR DIAS (Guarulhos, SP)

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CAIXA DOIS

É pura hipocrisia, há tempos encardida na nossa cultura política, sustentar que uma empresa colabore economicamente com campanhas eleitorais sem esperar nada em troca. Como releva Hélio Schwartsman, não existe metafísica que nos faça distinguir o legal do ilícito, o dinheiro limpo do sujo que sai do caixa de empreiteiras. Precisamos rever as normas que regem o financiamento eleitoral, a causa primordial da corrupção política.

SALVATORE D' ONOFRIO, professor da UNESP (São José do Rio Preto, SP)

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Parte do dinheiro das doações legais não vai para as campanhas, mas sim para o bolso dos candidatos, marqueteiros e assessores, constituindo propina. Choca ver o presidente do TSE e ministro do STF, Gilmar Mendes, dizer que caixa 2 é "opção" de empresa. Sua fala mostra que há um movimento para salvar os políticos do PMDB e do PSDB citados nas delações da Odebrecht.

CRISTIANO PENHA (Campinas, SP)

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Perfeita a coluna "Estágios da corrupção", de Demétrio Magnoli. Muito mais importante para a sociedade do que identificar quem foi eleito com recursos dos caixas 1, 2 ou 3, é punir exemplarmente e eliminar o "Estado-Odebrecht" que ameaçou e talvez ainda ameace a ordem pública e a segurança nacional.

ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP)

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FOTOGRAFIA

A imagem da criança dormindo em uma canoa em Tabatinga (AM) é tocante e nos obriga a fazer profunda reflexão ("Primeira Página", 12/3). A inocência dorme em meio a peixes e panos sujos, tendo como travesseiro uma tábua. Numa das mãos está um surrado par de sandálias em vez de uma boneca. Muito difícil ter um bom domingo diante da cena que deve ser corriqueira neste Brasil de desigualdade gritante.

M. INÊS DE A. PRADO (São João da Boa Vista, SP)

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RIO SÃO FRANCISCO

A intenção do projeto pode ser discutível, porém é injusto negar a paternidade da transposição do rio São Francisco ao ex-presidente Lula. Nenhum dos seus antecessores teve a sensibilidade e o arrojo necessários para tocar a obra. Portanto o que disse o presidente Michel Temer na inauguração do eixo leste, na última sexta, creditando a façanha ao povo brasileiro, não passa de uma enorme dor de cotovelo.

RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ)

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Muito interessante ver as águas do Velho Chico chegando a outros destinos. O que se espera agora é um plano de recursos hídricos bem definido, pois sabemos que já houve vazamento de barragem em Pernambuco —triste lógica das coisas mal planejadas. Foram tantas as promessas, e o mínimo que os nossos irmãos nordestinos merecem é respeito, ou seja, que as obras de transposição sejam finalizadas com qualidade.

SONIA REGINA VALENTIM PEIXOTO (São Paulo, SP)

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COLUNISTAS

A análise do colunista André Singer considera apenas a eleição, mas não a governabilidade de 2019 a 2022. O analista prioriza o curto prazo e não tem visão sobre o longo prazo. As vitórias da centro-esquerda para o Executivo e da centro-direita para o Legislativo podem provocar novo impasse ao repetir o cenário pós-2014. A vitória da centro-direita, numa eleição polarizada, pode repetir o cenário pós-1989. A estabilidade do sistema político depende da separação das funções de chefe de Estado e de chefe de governo.

LUIZ ROBERTO DA COSTA JR. (Campinas, SP)

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Sobre a coluna de Bernardo Mello Franco, paradoxalmente, o problema indígena são os defensores da demarcação de terras. O território do país, em tese, é para todos os brasileiros, independentemente de suas origens e classes. A cultura indígena pode ser preservada da mesma forma que foram as greco-romana e a judaica, contadas e cantadas em prosa e verso. Faz mais mal ao índio segregá-lo em território sem recursos modernos, com o agravante de prejudicar o agronegócio. Vamos salvar o índio de sua dependência da Funai.

PAULO MARCOS GOMES LUSTOZA, capitão de mar e guerra reformado (Rio de Janeiro, RJ)

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EDITORIAL

Precisa a análise do editorial "No mesmo bolo". Realmente, deste "ambiente insalubre" imaginam-se resultados ruins que poderão frustrar os cidadãos decentes do país, mas não há outra saída. Ainda que ruins, eles constituirão uma base a ser reformada gradativamente, mais adiante e com calma. Melhor do que hoje, quando faltam parâmetros legais claros para políticos em relação à arrecadação para campanhas. Se a Lava Jato e o espírito dela sobreviver à maior guerra que se avizinha, ela possibilitará a reconstrução da credibilidade do Brasil. Só depende de nós.

SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP)

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