Folha de S. Paulo


Ministro do STF exagerou ao mandar soltar goleiro Bruno, diz leitor

HOSPITAIS
Abordando antigo problema na saúde, a reportagem "Hospitais premiam médicos que indicam mais exames" ("Saúde + ciência", 26/2) expõe o incalculável prejuízo financeiro, social, moral e ético, envolvendo tanto o setor particular quanto o público. Engloba fabricantes de equipamentos diagnósticos; os que comercializam material cirúrgico, como visto na "máfia das próteses"; laboratórios que estimulam exames de alto custo. E, ainda pior, médicos e usuários dos serviços de saúde que se associam em condenável prática de solicitação de exames desnecessários. Comparando, o "Petrolão" não passa de um lindo bebezinho.

SÉRGIO R. JUNQUEIRA FRANCO (Bebedouro, SP)

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A reportagem mostra que a medicina se tornou comercial e utilitária, sendo o paciente apenas meio de lucro. Também sugere por que os vestibulares para medicina são os mais concorridos. Não há tantas vocações médicas, como o número poderia sugerir. Os próprios pacientes são envolvidos pela mercantilização; é comum ouvir de um paciente que tal médico não é bom porque "nem me pediu exames". É preciso uma Lava Jato na medicina dos hospitais e dos planos de saúde.

ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF)

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GOLEIRO BRUNO
Dizer que passar a vida toda na prisão não traria a vítima de volta é motivo suficiente para o STF enviar de volta para a prisão o ex-goleiro Bruno. ("Ex-goleiro Bruno é solto por decisão do STF", "Cotidiano", 25/2)

PAULO MARCOS G. LUSTOZA (Rio de Janeiro, RJ)

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Há ministros no STF que fazem de tudo para estarem na crista da onda, como se usa dizer. Mas às vezes exageram, como foi o caso recentíssimo, quando o ministro Marco Aurélio Mello mandou soltar o goleiro Bruno, condenado a 22 anos de reclusão pelo assassinato de uma jovem. Assim fica difícil acabar com a impunidade no país, não é mesmo, ministro?

MARIA ELISA AMARAL (São Paulo, SP)

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Após intensa caçada pelo Batman, se o Coringa fosse preso no Brasil, seria julgado, condenado, recorreria a segunda instância, e seria liberado, pelo STF, por ser primário. Ao ser libertado argumentaria que sua condenação, mesmo que à prisão perpétua, não traria suas vítimas de volta. Pobre Gotham.

PAULO DELLA VEDOVA (Mogi das Cruzes, SP)

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PAPUDINHOS
Não sei qual a surpresa com os deputados agraciados pelo Planalto que ganharam a alcunha de papudinhos. O que faltou ao jornal foi fazer essa mesma reportagem antes de Michel Temer assumir, pois revelaria o mesmo "modus operandi" e a única diferença seria na nomenclatura desse pessoal que seriam os "companheiros" da base aliada. Com certeza a única semelhança seria que toda essa farra é patrocinada com dinheiro de nossos impostos, só isso. ("Bancada dos papudinhos", "Poder", 26/2)

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

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BERNARDINHO
Noves fora ter sido um dos grandes técnicos de vôlei do país, Bernardinho diz, ao sair, que "deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade". Ufa! Ainda bem! Quanta megalomania dita de maneira aparentemente humilde. ("Deixar a seleção é como um luto, mas ela não é minha prioridade", "Esporte", 26/2)

ADEMAR G. FEITEIRO (São Paulo, SP)

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COLUNISTAS
Que o Estado é ineficiente é óbvio. O contribuinte não tem seus direitos preservados, agora, se o bandido tem direito a reparo por danos morais por viver em local degradante (como se vai recuperar alguém nadando-se em Aqueronte?), imagine o cidadão comum. Vamos, também, pedir indenização por ausência de saúde, educação, segurança? Seremos indenizados pelas condições degradantes em que o Estado nos lançou? ("Estado inconstitucional", "Mercado", 25/2)

MARIZA BACCI ZAGO (Atibaia, SP)

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Não esquenta a cabeça Tati, normal mesmo ninguém é, só parece. Além do mais, qual é a norma do normal, quem define? Todo mundo que tem uma tendência maior à abstração passa por isso: o que é isso, o que estou fazendo aqui, tô dentro, tô fora? ("Bis", "Alalaô", 24/2)

MARCELO PITTA COELHO (Americana, SP)

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Excelente o texto de Hélio Schwartsman sobre a polêmica envolvendo as marchinhas de carnaval. São retratos de outra época e fazem parte da nossa história musical. Não seremos racistas por cantar algumas delas nos blocos ou bailes. Nossas atitudes no dia a dia, entre a quarta-feira de cinzas e o sábado gordo do seguinte, são muito mais relevantes no combate ao racismo e à intolerância sexual. ("A marcha da história", "Opinião", 26/2)

CRISTINA RABELLO MESQUITA (Manaus, AM)

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O articulista Demétrio Magnoli narra muito bem aspectos importantes da politização do Supremo, principalmente por provocações de partidos esquerdistas, quando medidas tomadas pela maioria não agradam os partidos hoje na oposição. Faltou dizer que essa politização fez da corte constitucional, com claro desvio de finalidade, em algo assemelhado a um relés juizado de porta de cadeia. ("Politizando o Supremo", "Poder", 25/2)

ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC)

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TENDÊNCIAS/DEBATES
Impertinente o tema proposto em "Carnaval deve ser politicamente correto?" ("Opinião", 25/02). Carnaval é a festa mais popular do país e não deve ser regulada pela ideologia do politicamente correto. As marchinhas nada têm de preconceituosas e concordo com o colunista Pedro Ernesto Araújo Mariano, quando afirma que elas "tinham o cunho de elogiar, de engrandecer os personagens retratados em seus versos", nada mais que isso.

ABDIAS FERREIRA FILHO (São Paulo, SP)

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EDITORIAL
Um editorial ressaltando que "guerras contra a imprensa são antigo costume dos governantes que não querem prestar contas de seus atos" ("Mentiras em rede", 26/02/2017) soaria muito bem na imprensa europeia e americana. No caso da brasileira ""reconhecida, domesticamente, por alguns raros jornalistas sérios, e, internacionalmente, por alguns detentores de Pulitzer"" como parcial e desonesta, cheira a mais empulhação.

CELSO BALLOTI (São Paulo, SP)

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Curioso como o tratamento de Trump à imprensa ao barrar o NYT, CNN e Politico da coletiva de seu porta-voz assemelha-se ao tratamento dispensado à mesma por Lula e o PT quando no governo com seu "controle social da mídia" –ainda que esses busquem ignorá-lo. Tristemente, líderes populistas à direita e à esquerda, indistintamente, combatem os órgãos não porque se opõem a eles, mas porque dizem a verdade e tornam, desde seus pontos-de-vista, mais difícil governar. Preferem referir-se a eles como "fake news" ou "mídia golpista", para tirar o foco do que realmente importa: da desconfortável verdade.

LUIZ DANIEL DE CAMPOS (São Paulo, SP)

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Em relação ao editorial "Responsabilidade na USP" ("Opinião", 24/2), a Adusp não acredita em "recursos infinitos", e sim no combate à sonegação e na urgência de uma reforma fiscal justa. O repasse anual de 9,57% da Quota Parte do Estado do ICMS tornou-se insuficiente frente à enorme expansão de cursos e matrículas na USP, ampliadas em 75% só na graduação, sendo que o governo estadual sequer repassa o total de verbas previstas. A quem caberia, então, o título de irresponsável?

KIMI TOMIZAKI E ELISABETTA SANTORO, vice-presidentes da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

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