Folha de S. Paulo


Para leitor, profusão de defensores de Trump revela 'tempo de brutamontes'

TEORI ZAVASCKI

Com a morte do ministro Teori Zavascki, a relatoria dos processos da Lava Jato deveria passar ao ministro que virá a substituí-lo no STF. Deveria, porque querem aplicar uma exceção prevista em regimento para redistribuir as ações. De exceções em exceções, vai ficando a marca característica dos processos envolvendo os eventos investigados naquela operação: o indisfarçável atropelo às regras legais, inclusive as de patamar constitucional.

Raul Moreira Pinto (Passos, MG)

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A nomeação do substituto de Teori Zavascki remete a uma questão recorrente: já passou da hora de alterar a forma de provimento no STF, tirando-a do livre arbítrio do Executivo. O correto, institucional e republicano seria a indicação a partir de um colegiado formado por Ministério Público Federal, Justiça Federal, Advocacia-Geral da União e OAB.

Lafayette Pondé Filho (Salvador, BA)

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A nomeação de Sergio Moro para o STF, defendida por alguns, constituirá um sedativo aplicado na Lava Jato, na medida em que não basta ser ele nomeado, mas que também herde a relatoria, o que é duvidoso. Além disso, é provável que a eficiente e dinâmica atuação até agora demonstrada nos julgamentos sofra indesejável solução de continuidade, em virtude da incerteza sobre seu substituto. O bom senso indica que Moro permaneça, nesse momento crítico, em seu posto.

Paulo Roberto Gotaç (Rio de Janeiro, RJ)

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DONALD TRUMP

É incrível que o discurso autoritário, intolerante e irresponsável de Donald Trump esteja encontrando tantos defensores. Já sabemos qual foi, num passado recente, a consequência desse tipo de postura. Então a história não serve para nada? É o tempo dos brutamontes.

Leandro Veiga Dainesi (Lorena, SP)

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Relendo o discurso de posse de Trump, percebemos analogia com a "boa nova" do evangelho pregado por Jesus Cristo. As promessas foram tantas que, para nós, céticos em políticos à brasileira, só milagres poderiam vertê-las em realizações. Veremos.

Hilário Coutinho (Pouso Alegre, MG)

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Não gostar das posições de Trump eu também não gosto. Outra coisa é defender que ele faça estelionato eleitoral ("Fala mostra que candidato ainda sobrevive dentro do mandatário, 21/1). A cada demonstração de que vai cumprir promessas, a imprensa volta com a dúvida que não há mais. Começou com decreto cortando recursos do Obamacare. iPhone na América? Não é simples, mas se gerar empregos com isso, terá imenso apoio.

Hercilio Silva (Brasília, DF)

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A posse de Trump nos EUA e a da nova premiê Theresa May no Reino Unido, além de outras marchas conservadoras pelo mundo, abrem caminho para, dependendo de boas estratégias, países em desenvolvimento conseguirem bons ganhos. O Brasil deveria, num consenso nacional, buscar essas estratégias.

JOSÉ DIEGUES (São Carlos, SP)

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COLUNISTAS

Uma conclusão alternativa sobre a brilhante coluna de Laura Carvalho: enquanto o sistema previdenciário continuar cada vez mais insustentável em meio à elevação da expectativa de vida, não teremos recursos para os programas sociais, para o sistema penitenciário, para educação e para saúde. Escolhemos gastar o que não temos e nos financiarmos a juros elevados pra controlar uma inflação oriunda de uma dominância fiscal perniciosa falida.

Bruno Preza (São Paulo, SP)

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Sobre a coluna de Reinaldo Azevedo ("É a democracia, estúpidos", "Poder", 20/1), será que entre a "estupidez da esquerda e da direita" existe alguém que discorde da hipótese de que abrimos mão do "padrão mínimo de civilidade" quando nos tornamos o último país a libertar escravizados? E ainda hoje somos uma "democracia" com a maior desigualdade do mundo? A meu ver está aí a maior causa da violência. Apenas construir presídios é formar mão de obra barata.

Jesuíno Borges de Carvalho, professor (São Paulo, SP)

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Reinaldo Azevedo escreve sobre a crise carcerária. Tenta se fazer de civilizado, mas logo mostra a cara: quer que o Brasil prenda ainda mais gente. Ele diz que esquerdistas não têm proposta para o problema. Claro que têm: parar de prender à toa e libertar presos que já cumpriram pena. E parar de prender usuários de drogas como se fossem traficantes. Isso enquanto não acaba esse proibicionismo estúpido que criou todo esse problema de segurança pública no Brasil.

Tânia Cristina de Mauro Cunha (São Paulo, SP)

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O artigo de Vladimir Safatle ("Ilustrada", 20/1), é uma aula de visão sistêmica da sociedade. As comparações feitas pelo articulista foram perfeitas, inclusive a que coteja a prioridade dada ao aumento de salários dos magistrados com a falência do ensino superior.

José Elias Aiex Neto (Foz do Iguaçu, PR)

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Luiz Felipe Pondé, como quase sempre, acerta ("Ilustrada", 16/1) sobre essa turma da inteligência pública encastelada e entrincheirada nas redações e universidades, observando com desdém a ignorância do povo burro. Deveriam escutar as opiniões das filas de banco, dos pontos de ônibus, dos motoristas de taxi, das mesas dos bares. Depois vão se surpreender quando aparecerem os Trumps tupiniquins.

Marcio Macedo (Belo Horizonte, MG)

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PARTICIPAÇÃO

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