Folha de S. Paulo


Nada melhor do que ter alguém com força e coragem, diz leitor

TERRAS INDÍGENAS

Ao contrário da conclusão do artigo "Violência à vista" ("Opinião", 16/1), são terras indígenas aquelas que, na data da promulgação da Constituição de 1988, estavam ocupadas por indígenas. A Constituição Federal menciona terras que os indígenas ocupam e não que ocuparam. Ressalve-se apenas a hipótese de renitente esbulho devidamente comprovado (contraposições violentas entre índios e não-índios ou jurisdicionalizadas). Do contrário, adotando a teoria já ultrapassada do indigenato, teríamos que devolver o Brasil inteiro aos índios.

TALES CASTELO BRANCO (São Paulo, SP)

DESPESAS COM CORREIOS

Na condição de ex-presidente da República, Collor tem direito a quatro seguranças, dois assessores, dois motoristas e dois veículos oficiais ("Despesas de Renan e Collor com Correios disparam", "Poder", 16/1). Como é possível tal acinte ao povo brasileiro? Manter tais privilégios para um sujeito que renunciou ao mandato para não ser cassado por corrupção? É o retrato perfeito da podridão política que assola o país.

CLAUDIO TERRIBILLI (Guarulhos, SP)

CAIXA

Terá sido por parte da Polícia Federal (Lava Jato) um afago ao atual governo gastar uma operação com um ministro que já caiu e um aliado já preso, ou um reforço para que Eduardo Cunha faça a delação premiada dos "sonhos" ("Doleiro teve acesso a documentação de empresa para a Caixa", "Poder", 16/1)?

EVALDO G. BARCELLOS (Santa Rita do Passa Quatro, SP)

CÁRMEN LÚCIA

Quem não faz nada reclama de quem faz. O protagonismo, o senso de gestão, a firmeza de propósitos, a calma olímpica, atributos de estadista, desafiam o blá-blá-blá dos políticos acomodados. Ciúme é a reação dos fracassados, a inveja é a postura dos incapazes. Vida longa à ministra ("Projeção de Cármen Lúcia provoca ciúme no Planalto", "Poder", 15/1).

ALEXANDRE DEVELEY (São Paulo, SP)

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Nesta segunda (16), três leitores fazem comentários sobre a ministra Carmen Lúcia. Acertadíssimos. Nada melhor do que ter alguém que, no sendeiro aberto por Joaquim Barbosa, iluminado por ações de Sergio Moro, brilhe, com força e coragem. Tomara que, entre tantos afazeres provocados por políticos e desumana justiça, haja tempo para processos envolvendo mortais comuns.

JOSÉ ANTONIO C. DAVID CHAGAS (Rio Claro, SP)

PICHAÇÕES

Uma das principais metas do prefeito João Doria, o projeto Cidade Linda, não só é bem-vinda como necessária. Não é difícil perceber que na gestão Haddad as pichações de imóveis aumentaram exponencialmente. A permissividade de Haddad junto aos grafiteiros estimulou a ação de pichadores que emporcalharam a cidade. A restrição à ação dos grafiteiros é imperativa para reduzir a agressão visual. Já a dos pichadores depende de ação policial afirmativa, ou seja, de vontade política ("Doria manda apagar grafites de arcos no centro de SP", "Cotidiano", 15/1).

LUCIANO HARARY (São Paulo, SP)

PRESÍDIOS

Em reportagem publicada nesta segunda (16), Temer chama o ex-ministro Ayres Britto para conversar sobre a crise nos presídios. É muita conversa e pouca ação. Enquanto a corrupção não for combatida, enquanto o Judiciário não funcionar a contento, não construir cadeias humanizadas, com o mínimo de estrutura para recuperação, não se resolverá a questão ("Temer recebeu ex-ministro Ayres Britto para reunião fora da agenda", http://folha.com/no1850176).

OTAVIO DE QUEIROZ (São Paulo, SP)

COLUNISTAS

Sobre a coluna de Celso Rocha de Barros, sempre muito lúcido, Dilma foi mais popular que Lula na classe média no início de seu governo, pois encarnou o papel, falso, de que promovia uma faxina nos desonestos herdados do governo anterior. Quando se percebeu que seu verdadeiro papel era manter o grupo no poder, mesmo que não se beneficiando pecuniariamente, perdeu apoio. Este primeiro estelionato eleitoral custou parte do aprovação da classe média e seu desastroso governo liquidou-o totalmente ("Ressentimento de classe média", "Poder", 16/1).

PAULO DELLA VEDOVA (Mogi das Cruzes, SP)

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Sou classe média, como Celso Rocha de Barros, mas não sou petista nem antipetista, nem esquerda ou direita, não fui a manifestação alguma e anulo meu voto há algumas eleições. Duas coisas me espantaram no artigo dele: 1. ele se refere à classe média como se estivesse fora dela (seria ele um ricaço, magnata das finanças ou discípulo de Marilena Chauí?); 2. ele omite o mais óbvio das manifestações de rua, isto é, a repulsa e a condenação pública da corrupção praticada por quem se apresentou como defensor da ética e negava (e nega) ter praticado. Por que ele esqueceu isso?

JÚLIO F. DE OLIVEIRA (Belo Horizonte, MG)

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Nada como o humor crítico para ajudar a decifrar o pensamento de economistas que deitam sabedoria em suas colunas da Folha. Ao discutir o deficit da Previdência preocupam-se com os abusos do setor público, em especial das instituições de ensino superior. Mas esquecem de dirigir o olhar para as instituições privadas beneficentes e não beneficentes que, graças às isenções de tributos pelo seu caráter dito "não lucrativo", são responsáveis pelo não pagamento de bilhões de reais ao sistema de Previdência Social ("O Brasil vai ser um case de sucesso", "Ilustrada", 16/1).

HELOISA DE SOUZA MARTINS (Osasco, SP)

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Janio de Freitas inegavelmente é inteligente. Todavia é escancaradamente parcial e de imoderado partidarismo. Quando diz que Geddel "começa a estrelar mais uma peça de ordinarice", referindo-se a mais um escândalo dos devassos políticos brasileiros (no que acerta em cheio), vem em defesa de Dilma Rousseff, qualificando-a como uma das mais puras e crédulas criaturas. Ora, caro Janio, você se esqueceu de que foi a Dilma quem colocou Geddel em uma das vice-presidências da Caixa ("Foi para isso", "Poder", 15/1).

GERALDO RODRIGUES FERREIRA (Frutal, MG)


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