Folha de S. Paulo


Paira a suspeita de que Senado quer desmoralizar Lava Jato, diz leitor

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 21-10-2016, 11h00: Agentes e delegados da PF durante a Operação Métis, que visa desarticular uma suposta organização criminosa que tentava atrapalhar investigações da Lava Jato. Houve busca e apreensão nas dependências da Polícia Legislativa, no subsolo do prédio do Senado. Foram apreendidas maletas com equipamentos eletrônicos e malotes de documentos. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
Agentes e delegados da PF durante a Operação Métis no Senado (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)

LAVA JATO
Todo o Brasil acompanha o desenvolvimento da "limpeza" que a Justiça está fazendo no meio político brasileiro, sob a liderança da eficiente operação Lava Jato e do juiz Sergio Moro. Outros juízes pelo país seguem a mesma toada. A única ausência grave que se verifica é a do Supremo Tribunal Federal. Há anos nosso maior tribunal não julga de forma célere uma imensa quantidade de processos de desvios de recursos por políticos, colaborando para o aumento da desonestidade nos governos e no Congresso Nacional.

FABIO FIGUEIREDO (São Paulo, SP)

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A situação é gravíssima e insustentável se ficar comprovado o envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros, na tentativa de usar a Polícia Legislativa para varrer escutas de diversos senadores. A cassação deve ser imediata de todos os beneficiados com essa ordem espúria, pois, do contrário, a Casa ficará em suspeição e perderá completamente a pouca credibilidade que lhe resta. Aqueles que apostaram no arrefecimento da Lava Jato após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff se enganaram completamente.

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

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Não é de hoje que paira no ar a desconfiança de que os congressistas se articulam para desmoralizar a Lava Jato. A fotografia do Senado fica ainda mais nítida depois da operação da Polícia Federal que prendeu quatro policiais legislativos. O país precisa redobrar a vigilância sobre o Congresso Nacional.

LEÔNIDAS MARQUES (Volta Redonda, RJ)

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Estamos em pleno estado de exceção. Falta pouco para que direitos políticos sejam suspensos. A operação da PF no Senado é pura arbitrariedade, mas a opinião pública, manipulada pela grande mídia, acha normal que políticos, tidos como corruptos, sofram esse tipo de ação. O que está em jogo são as instituições democráticas.

HUMBERTO DO NASCIMENTO (Campinas, SP)

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É perfeitamente legítimo que senadores peçam varreduras à Polícia do Senado para detectar eventuais interceptações de conversas telefônicas em suas residências. Tais atitudes não implicam crime. A Polícia Federal, mais uma vez, agiu de forma apressada e injusta.

ORLANDO GOMES DE FREITAS (São Paulo, SP)

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Desde quando o argumento do acusado de que a vítima não era vulnerável, por não depender financeiramente de seu agressor, atenua a violência praticada contra ela, desde que devidamente provada? Essa exceção não está prevista na Lei Maria da Penha. Obviamente, a classe social da vítima não ameniza a agressão. Poucos sabem, mas violência traduz-se também em agressões morais e psicológicas, bem mais difíceis de provar.

ROSA MARIA GARCIA BARROS (São Paulo, SP)

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APOSENTADORIA

Não são as aposentadorias que oneram as finanças públicas, mas gastos inúteis com senadores, deputados e vereadores, além de todos os excessos da máquina pública. Os aposentados são vítimas, não culpados. A crise, por sinal, só tende a ficar ainda mais grave. Um exemplo é a renúncia fiscal contida na lei nº 13.327/16, que isenta de taxação previdenciária os honorários advocatícios dos procuradores federais.

LAFAYETTE PONDÉ FILHO, procurador aposentado do Estado da Bahia (Salvador, BA)

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COLUNISTAS

Depois da direita transante, surge a direita acovardada. Seu símbolo é Reinaldo Azevedo. Uma possível delação premiada de Eduardo Cunha, ao contrário do que diz Reinaldo no artigo "Menos delação, mais punição", seria um verdadeiro prêmio para a democracia brasileira. Iria atingir toda uma ala de bandidos que se julgava longe de Sergio Moro. Esse é o caminho para evitar a impunidade dos graúdos.

RICARDO OSMAN GOMES AGUIAR (São Paulo, SP)

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Claudia Costin trata coerentemente dos impactos que comprometem a educação de crianças refugiadas e de outras que vivem em áreas dominadas pelo tráfico/milícias. Mas a pergunta que fica, ao menos no caso dos refugiados, é: quem irá educar os adultos que provocam tais deslocamentos maciços no plano global?

CICERO DOS SANTOS (São Paulo, SP)

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Leonardo Padura foi preciso, senão genial, ao descrever seu próprio sentimento sobre o polêmico Nobel de Literatura ao não menos genial Bob Dylan. O Nobel de Literatura deveria ser reservado a quem realmente produziu uma obra literária, a quem mostra em seus livros, com maestria, seus próprios sentimentos, os da sociedade e do tempo em que vive.

GILBERTO BARACAT JÚNIOR (Araçatuba, SP)

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O artigo de Hélio Schwartsman levanta uma questão importante. É claro para mim que os valores transmitidos pelos adultos servirão de modelo para o comportamento futuro das crianças. A transgressão inicial tolerada pela família acarretará outras em maior escala.

JUSSARA HELENA BELTRESCHI, pediatra (Ribeirão Preto, SP)

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