Folha de S. Paulo


Recuperação da economia exige audácia de Michel Temer, diz leitor

CRISE ECONÔMICA

Benjamin Steinbruch coloca em xeque o "timing" das medidas tomadas até agora pelo interino Michel Temer. Não são suficientes para a recuperação da economia, mas estão dentro do possível. No entanto poderia ser proposto, para execução posterior, um plano de investimentos e reformas estruturais, não contando somente com o pequeno ciclo de recuperação, que vem sempre após um período recessivo. Deixar tudo por conta de Henrique Meirelles é, no mínimo, ser excessivamente cauteloso em um momento em que se exige audácia.

JOSÉ O. G. ANDRADE (Belo Horizonte, MG)

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Excelente e franco o editorial "A ameaça do imposto". Precisa a assertiva sobre as intervenções cosméticas e sem nada de concreto nos cortes de gastos. Por que transferir para o cidadão a carga incremental derivada da omissão do governo, pela falta de rigor e coerência onde lhe cabe gestão, sobretudo quando há excesso de gordura ainda por cortar na administração pública? Além da atual carga impositiva pesada, o cidadão não tem a capacidade de gerar recursos com canetadas.

JOÃO CARLOS ARAÚJO FIGUEIRA (Rio de Janeiro, RJ)

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IMPEACHMENT

Brilhante o artigo "Escracho", de Eleonora de Lucena. Em poucas linhas, um retrato analítico das complexas relações entre capital, governos e anseios populares ao longo de dois séculos da história brasileira. Parabéns à jornalista, uma voz clara e honesta no deserto que a tal "teologia da prosperidade" procura vender como fértil lavoura.

FABRIZIO WROLLI (São Paulo, SP)

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A jornalista Eleonora de Lucena, ao escrever "Escracho", parece ter esquecido que quem pediu o impeachment de Dilma não foram as elites, mas os muitos milhões de brasileiros cansados de ver a roubalheira e a corrupção (nem citadas por ela) da esquerda que ela tanto defende. E eu me incluo entre esses milhões, lembrando que já fui eleitor da esquerda. Lamentavelmente, votei em Lula em 2002, mas nunca mais repetirei esse erro.

LUCIANO N. MARMONTEL (Pouso Alegre, MG)

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"Escracho" é um artigo da mais pura concepção de esquerda que se pode imaginar no jornalismo brasileiro. Não concordo com o conteúdo em si, mas gosto de ler também sobre assuntos com os quais não compactuo.

ADEMIR VALEZI (São Paulo, SP)

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Eleonora de Lucena faz um resumo duro, cru e profundo da movimentação da elite brasileira. Não sei se entenderemos que precisamos reconstruir uma esquerda de bases e de princípios para retomar o rumo do país como um todo. Eis a mensagem e a passagem que não podemos temer.

ADILSON ROBERTO GONÇALVES (Campinas, SP)

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DÍVIDA DA ALSTOM

Ao perdoar a dívida da Alstom, o governador Alckmin deu um péssimo exemplo de generosidade com o chapéu alheio. Ao mesmo tempo, demonstrou de forma explícita o seu descrédito na Justiça brasileira e, com ato de impunidade, estimulou os caloteiros. Mesmo assim, sua conduta não gerou na mídia a indignação que deveria provocar. Triste ("Perdão de dívida da Alstom será investigado", "Poder", 26/7).

ALFREDO STERNHEIM, jornalista e cineasta (São Paulo, SP)

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DESASTRE EM MARIANA

A tragédia da ruptura da barragem da Samarco em Fundão expõe uma fratura da engenharia de obras brasileiras, que é a falta de importância dada a estudos e projetos. A mineradora não cumpriu o projeto e improvisou uma solução. Projetar obras é planejar seriamente. Soluções improvisadas muitas vezes se vingam do projeto não executado, como foi o caso.

ULF HERMANN MONDL (Florianópolis, SC)

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OPERAÇÃO LAVA JATO

Sobre "Chefe do BNDES pedia doação, diz delator", Aloizio Mercadante já apresentou à Folha, no mesmo dia em que procurado pelo jornal, em junho de 2015, os recebidos de doações oficiais das empresas de Ricardo Pessoa para sua campanha em 2010. Os recibos, que somam R$ 500 mil, desmontaram a versão apresentada. As contas da campanha foram aprovadas integralmente e sem qualquer ressalva pela Justiça Eleitoral. Mercadante não foi procurado pela reportagem, o que prejudicou seu direito de resposta.

DANILO MOLINA, colaborador da assessoria de Aloizio Mercadante (Brasília, DF)

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MINHOCÃO

Não sou fã de Paulo Maluf, mas concordo com sua opinião lamentando a troca de nome do elevado Costa e Silva para João Goulart. Caso essa lei ganhe abrangência nacional, espero que, por coerência, também sirva para renomear as ruas e avenidas Lênin, Ernesto Che Guevara ou Fidel Castro –e, muito pior, a rua Mao Tse Tung, em Serra (ES). Ou será que só os nomes ligados à direita merecem ser varridos para debaixo do tapete?

LUCIANO NOGUEIRA MARMONTEL (Pouso Alegre, MG)

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Maluf qualifica como "revanchismo ideológico" a troca do nome do Minhocão. Enquanto no Rio e no Canadá os prefeitos decidiram eliminar o Minhocão local, reurbanizando e revitalizando os espaços, em São Paulo Fernando Haddad parece se dar por satisfeito em apenas fazer o troca-troca do nome da carcaça do famigerado elevado, perpetuando o problema que agride a saúde e a segurança de milhares de moradores da região.

FRANCISCO GOMES MACHADO (São Paulo, SP)

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OLIMPÍADA

O governo brasileiro parece sempre o mesmo. Nunca tem culpa de nada! O empurra-empurra continua, não importando quem esteja no poder. As eleições, porém, estão chegando!

REBECA GELSE RODRIGUES (São Paulo, SP)

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Que pena que todo esse congraçamento humano dos Jogos Olímpicos seja sombreado por ameaças de atentados terroristas, sem contar a criminalidade das cidades brasileiras. Precisamos pensar na criação de um "governo mundial" para cuidar de todos os povos, para que não haja tanta disparidade entre ricos e pobres. É a melhor forma de combater a violência e as injustiças. Não pode mais haver pessoas de segunda, terceira e quarta classes. A humanidade é uma só.

JAIME PEREIRA DA SILVA (São Paulo, SP)

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COLUNISTAS

Magistral o desabafo do colunista Ruy Castro, asfixiado pelo cada vez mais ininteligível idioma falado por políticos, por economistas e, principalmente, por jornalistas. Não, as "batatadas" que Ruy Castro expõe à luz do sol não são "filigranas". São bordoadas que vão maltratando, judiando, escangalhando a língua com que tentávamos imaginar e exprimir ideias.

EDUARDO S. C. DA SILVA (São Paulo, SP)

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DATAFOLHA

Nós, do blog feminista #AgoraÉQueSãoElas, gostaríamos de parabenizar a ombudsman, Paula Cesarino Costa, pela publicação do texto "A Folha errou e persistiu no erro". Compartilhamos com ela o incômodo gerado pela forma como a pesquisa do Datafolha foi noticiada e acreditamos que o que faz um ambiente democrático é justamente a possibilidade de colunistas e profissionais do jornal o criticarem por dentro.

ANTONIA PELLEGRINO, ALESSANDRA OROFINO, ANA CAROLINA EVANGELISTA e MANOELA MIKLOS (Rio de Janeiro, RJ e São Paulo, SP)

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