Folha de S. Paulo


Discursos não enchem a barriga de 11 milhões de desempregados, diz leitor

PAUTA-BOMBA

Algum político acredita que seu eleitor aprovaria um reajuste de R$ 58 bilhões para o funcionalismo? Qual é o nível de credibilidade de um governo que se abstém dos sacrifícios impostos à população? Um grupo que busca a unidade nacional não deveria dar o exemplo? Discursos tecnicamente perfeitos, senhor presidente, não espantam a crise nem enchem a barriga dos 11 milhões de desempregados.

RICARDO C. SIQUEIRA (Niterói, RJ)

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Estamos em ano de eleições. Não seria razoável imaginar que a classe política não atenderia ao funcionalismo. Mas há o sério risco de o tiro sair pela culatra, pois, para honrar tais gastos, impostos serão aumentados, os aumentos serão repassados aos preços dos produtos e assim por diante. Como esse "governo" vai me convencer de que quer cortar gastos aumentando gastos eu não sei.

RAFAEL DE MEDEIROS VASCONCELOS (Petrópolis, RJ)

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Na contramão do que aspira o cidadão, essa pauta-bomba é mais uma ofensa à sua inteligência. Dado que cidadão não dispõe do mesmo poder da caneta que tem o governo para gerar recursos, cairão sobre as suas costas os encargos adicionais, via aumento de impostos, além de sofrer com as cada vez mais minguadas contrapartidas, inversamente proporcionais à já pesada carga impositiva.

JOÃO CARLOS ARAÚJO FIGUEIRA (Rio de Janeiro, RJ)

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O governo Temer tem merecido críticas justificadas, é certo. Porém dele temos exigido que retome o crescimento sem impor sacrifícios, que demonstre possuir controle firme sobre dois terços do Congresso, que não faça concessões a Renans, Cunhas e assemelhados, que viabilize na Câmara dos Deputados um líder carismático, respeitado pelo baixo e pelo alto clero, impoluto. Difícil não merecer críticas diante de tantas expectativas.

LUIZ ROBERTO N. DE OLIVEIRA (São Paulo, SP)

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A Câmara dos Deputados autorizou aumento de salários para Executivo, Legislativo e Judiciário. Pois bem, agora surge a noticia de que o governo, por causa da crise, talvez não antecipe a primeira parcela do 13º dos aposentados do INSS em agosto! É por isso que o governo quer a reforma da Previdência. Para sobrar dinheiro para bancar os parlamentares. Acorda povo brasileiro!

LUCIANO VETTORAZZO (São Jose do Rio Preto, SP)

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Estou tendo que tolerar Michel Temer na Presidência por força dos 54 milhões de votos que lhe deram os petistas. Embora os ministros que escolheu sejam criticáveis, reconheço que sua equipe econômica suscita a expectativa de poder recolocar o país no caminho produtivo. Não quero o retorno do descalabro econômico, político, administrativo, moral e ético vigente até 20 dias atrás. Por isso, mesmo não tendo votado nele, apoio Temer na esperança de que, pelo menos, dê melhor eficiência nas áreas mais importantes do governo.

ROBERTO DOGLIA AZAMBUJA (Brasília, DF)

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OPERAÇÃO LAVA JATO
A presidente afastada sempre fez questão de dizer que não confiava em delatores, que lhe causavam trauma e ojeriza. Eis que agora seu advogado, ao apresentar as razões de defesa, pede a inclusão das declarações do colaboracionista Sérgio Machado nos autos do seu processo. Coerência nunca foi o seu ponto forte.

MARCO ANTONIO ESTEVES BALBI (Rio de Janeiro, RJ)

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Temer engasgou ao dizer que "ninguém vai interferir na chamada Lava Jato". Será? Ela foi usada para vazar a delação de Delcídio do Amaral, pouco antes da votação do impeachment, e para revelar grampo de Lula. Se a delação de Marcelo Odebrecht vazar pouco antes do julgamento de Dilma no Senado, estará provado o uso político desta operação para prejudicar Dilma e o PT e beneficiar Temer e o PMDB. A conferir!
Wilson Ronaldo de Oliveira (Curitiba, PR)

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Deputados sempre estão muito preocupados com a opinião pública na aprovação de projetos impopulares, porém urgentes e necessários, como os das reformas da Previdência, trabalhista e fiscal. Em que momento exato esses deputados entenderam que a cassação do senhor Eduardo Cunha seria uma medida impopular?

ALEXANDRE GONÇALVES, publicitário (São Paulo, SP)

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DIREITOS DAS MULHERES

É preocupante a nomeação de Fátima Pelaes para a Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres. Quando deputada, atravessou importante mudança ideológica. Já declarou que toda gravidez deve ser mantida, mesmo quando decorrente de violência sexual. Respeito a sua opinião, mas vivemos em um Estado laico. As mulheres merecem alguém convicto da necessidade de defendê-las, acima de qualquer crença ou religião.

THOMAZ GOLLOP, professor da Faculdade de Medicina de Jundiaí (São Paulo, SP)

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Não precisamos de novas leis para investigar e punir o crime de estupro. O que nosso governo está fazendo é "jogar para a torcida". Precisamos é que as leis já existentes sejam cumpridas à risca. Simples assim.

LUIZ ROCHA (Guarulhos, SP)

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METAS DE HADDAD

Sobre a reportagem "Não fui eu", o Tribunal de Contas do Município de São Paulo esclarece que, acolhendo análises técnicas da auditoria que apontavam, entre outras falhas, a inexistência de projeto básico e falta de recursos orçamentários destinados às obras de corredores de ônibus na capital, os relatores determinaram a suspensão das licitações, com o referendo do Pleno do TCM. Não se poderia esperar atitude diferente de um órgão responsável pelo controle externo e pelo zelo com os gastos do dinheiro público municipal.

PEDRO DEL PICCHIA, assessor de imprensa do Tribunal de Contas do Município de São Paulo (São Paulo, SP)

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A Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2013, aprovada quando Haddad era candidato, alertava: "A queda de consumo por conta do endividamento e o arrefecimento da produção industrial nos últimos meses, sinalizando contração da atividade econômica, intensificam as incertezas quanto ao crescimento. O cenário frágil exige mais prudência na gestão fiscal e financeira". Mas ele diz: "Ninguém imaginava o que estamos vivendo. A perspectiva era de crescimento". Ninguém?!

SONINHA FRANCINE (São Paulo, SP)

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ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Sobre o Painel (1º/6), esclarecemos que a resolução em questão [que estabelece que filiados ao PSDB têm o dever de votar em tucanos e estão proibidos de dar qualquer tipo de apoio a candidatos rivais] é editada em todos os anos eleitorais como forma de regulamentar o disposto no estatuto partidário quanto à fidelidade partidária e deveres do filiado com ênfase no processo eleitoral. Tanto não é centrada em situações específicas que resoluções de idêntico teor foram editadas em 2006, 2008, 2010, 2012 e 2014. O PSDB já virou a página das prévias e trabalha tão somente para tornar conhecido seu candidato e estruturar suas propostas.

PEDRO TOBIAS, deputado estadual e presidente estadual do PSDB-SP (São Paulo, SP)

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Madeira atirou no próprio pé. Fez sua defesa prévia. Sem coragem para acompanhar Matarazzo no PSD, preferiria ser a quinta-coluna no PSDB. Não vai conseguir repetir 2000. Dessa vez, terá que escolher o lado.

MILTON FLAVIO LAUTENSCHLAGER, ex-presidente do PSDB na cidade de São Paulo (São Paulo, SP)

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