Quando Cruyff parou de jogar eu vivia na Europa. Pela TV, assisti à transmissão de um banquete oferecido a ele no palácio real. Os discursos, elogiosos, se sucediam. Num dado momento, um jornalista disse algo como "este nosso Pelé". Cruyff levantou-se, pegou um microfone e interrompeu o jornalista. "Agradeço os elogios aqui recebidos e até a afirmação feita por um de vocês, me comparando a Di Stefano, o que muito me honra. Agora, Pelé é outra coisa. É único e não acredito que venha a nascer outro igual". A grandeza de Cruyff não estava só nos pés.
JÚLIO MEDAGLIA, maestro (São Paulo, SP)
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