Na reportagem "Grávidas com zika fazem aborto sem confirmação de microcefalia" ("Cotidiano", 31/1), sobre a síndrome fetal zika, há uma informação que necessita reparo: cegueira e surdez fazem parte da síndrome da rubéola congênita. Fiz analogia desta com o quadro clínico das malformações possivelmente atribuídas à infecção fetal pelo zika para justificar a incorreção do uso do termo microcefalia.
Thomaz Rafael Gollop, livre-docente em genética médica pela USP (São Paulo, SP)
RESPOSTA DA JORNALISTA CLÁUDIA COLLUCCI - Em casos de microcefalia associados ao vírus zika, também já existem bebês apresentando surdez e cegueira.
*
Senti-me ultrajada com a declaração à Folha do movimento Brasil sem Aborto, que identifica a prática do aborto em casos de diagnóstico de infecção pelo zika como "eugenia". Igualar a ação de vítimas de uma situação trágica –cuja decisão é tomada em âmbito individual ou familiar, e que ainda têm que passar pela humilhação na qual a atual legislação brasileira as coloca– com políticas planejadas e impostas aos indivíduos por governos totalitários é de uma leviandade cruel. Até quando seremos cidadãs de segunda classe?
Telma de Souza Birchal, professora do Departamento de Filosofia da UFMG (Belo Horizonte, MG)
*
A reportagem "Foco no mosquito é questionado após 30 anos de epidemias de dengue" ("Cotidiano", 31/1) mostra que, como em várias outras políticas públicas, falta uma abordagem científica do problema. Mas que não sirva para fazermos corpo mais mole ainda nas ações de prevenção ou para justificar que a tal vacina em teste será a salvação da pátria, ainda mais que o mesmo mosquito transmite o vírus zika.
Adilson Roberto Gonçalves (Campinas, SP)
*
PARTICIPAÇÃO
Os leitores podem colaborar com o conteúdo da Folha enviando notícias, fotos e vídeos (de acontecimentos ou comentários) que sejam relevantes no Brasil e no mundo. Para isso, basta acessar Envie sua Notícia ou enviar mensagem para leitor.online@grupofolha.com.br