Folha de S. Paulo


Só faltou deputados pedirem desculpas a Marcelo Odebrecht, afirma leitor

No depoimento à CPI da Petrobras, Marcelo Odebrecht não disse absolutamente nada, pois, segundo seus princípios, não houve nada de errado na relação de suas empresas com vários governos e principalmente nas doações para campanhas políticas ('Não tenho o que dedurar', diz Marcelo Odebrecht à CPI"). A maioria dos deputados que o questionavam receberam dinheiro dele e, além de tecerem elogios a ele, só faltou lhe pedirem desculpas pelo constrangimento. Esses mesmos deputados, diante de câmeras e microfones, transformam-se, pedindo a prisão de empreiteiros e a renúncia da presidente.

ANDRÉ PEDRESCHI ALUISI (Rio Claro, SP)

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Giuliano Gomes
O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba
O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba

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"Não tenho o que dedurar." A declaração de Marcelo Odebrecht, empresário que responde a ação penal por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, não deveria surpreender ninguém. Todas essas práticas eram considerados comuns e até "legais" em todos os níveis de administração.

TSUNETO SASSAKI (São Paulo, SP)

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Quando a renovação da CPMF foi recusada, ainda no governo Lula, a perda de arrecadação girou em torno de R$ 30 bilhões (o buraco atual do Orçamento para 2016). Era quanto arrecadava, na época, o Sistema S. Hoje, com sobra de recursos, escapa tranquilo dos ajustes fiscais. Dinheiro que podia muito bem subsidiar os programas dos Ministérios da Educação e da Previdência. Mas de que jeito? Somente mudando a Constituição. O sistema tem no ministério de Dilma os representantes da Indústria (Armando Monteiro Neto, candidato derrotado ao governo de Pernambuco), da Agricultura (Kátia Abreu) e do Comércio (Guilherme Afif).

NADIR PEREIRA (Rio de Janeiro, RJ)

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Se Collor chamou o procurador-geral da República de "filho da puta" por estar sendo acusado de envolvimento na Operação Lava Jato. Se Emerson Sheik chamou o árbitro (assoprador de apito) de "merda" após inversão de uma falta num jogo do quase sempre beneficiado Flamengo, como nós, pobres e indefesos eleitores, deveríamos classificar os "nobres" deputados da CPI que, ao arguir o executivo Marcelo Odebrecht (acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa), simplesmente derramaram-se em elogios ao empreiteiro presidiário e pouco contribuíram para elucidar os crimes cometidos por ele? Para manter a mesma linha de Sheik e Collor, talvez "puxa saco" fosse uma opção.

FAUSTO FERES (São Paulo, SP)

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O presidente afastado da empreiteira Odebrecht declarou "não ter o que dedurar" sobre a Operação Lava Jato. Foi até elogiado pelos parlamentares da CPI. Marcelo Odebrecht é uma das maiores fortunas brasileiras. Não deve estar preocupado em ser objeto do primeiro caso de "não delação premiada". Pobre Justiça rica, a do Brasil.

GILBERTO M. COSTA FILHO (Santos, SP)

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